Após inconsistências em depoimentos, dirigentes do Tupi se comprometem a devolver R$ 43 mil

Estornos às vítimas devem ocorrer até o dia 25 de julho; investigações de supostas irregularidades na base carijó seguem na Polícia Civil


Por Gabriel Silva, sob a supervisão do editor Bruno Kaehler

13/07/2021 às 13h08

O ex-vice-presidente financeiro do Tupi, Tiago Conte, e o supervisor do futebol de base carijó, Luigi Firmiano, se comprometeram a devolver R$ 43.250 a parte das pessoas que teriam sido vítimas de cobranças irregulares nas categorias de base alvinegras. A informação foi confirmada à reportagem pela titular da 4ª Delegacia de Polícia Civil, Ione Barbosa, que investiga as denúncias. Ainda de acordo com ela, os depoimentos dos dirigentes apontaram contradições que seguem sendo investigadas.

Segundo Ione Barbosa, a sugestão de ressarcimento partiu de uma iniciativa da Polícia Civil após encontrar inconsistências nos relatos dos depoentes. “O objetivo do ressarcimento é amenizar um pouco a expectativa dessas pessoas. Muitas são de outras cidades ou estados. Isto não é o suficiente para reverter os possíveis danos psicológicos e morais para estes jovens e suas famílias, mas é uma tentativa de se fazer com que estas pessoas sejam, no mínimo, ressarcidas”, explica a delegada.

Pelo acordo, Tiago Conte deverá estornar R$ 20 mil a pessoas que agendaram seletivas com pagamento de determinada taxa e não puderam realizar os testes no Tupi, sem que o dinheiro fosse devolvido até então. Conte tem até a próxima segunda-feira (19) para efetuar a devolução. Já Luigi Firmiano terá de transferir R$ 23.250 para Tiago Conte até o dia 25 de julho, valor que terá data fixada posteriormente para devolução às supostas vítimas.

Apesar disto, as investigações da Polícia Civil sobre as supostas irregularidades na gestão do futebol de base carijó seguem acontecendo. Em contato com a Tribuna, Luigi Firmiano confirmou as devoluções. Já Tiago Conte não respondeu às tentativas de contato da reportagem até a edição desta matéria.

As denúncias

No último dia 19 de junho, reportagem da Tribuna revelou denúncias de jovens atletas e de ex-funcionários do Tupi sobre as cobranças para avaliações nas clínicas e até mesmo promessas de profissionalização para integrar o elenco profissional carijó. O futebol de base do Galo é comandado pelo Grupo Multisport que, por sua vez, é de propriedade de Tiago Conte.

Os bastidores do Tupi ainda estão movimentados por conta de outros fatores. No dia 21 daquele mês, faltando 13 dias para o início do Módulo II, o Alvinegro rompeu a parceria com o investidor Flávio Tavares. Com isso, o treinador Anderson Florentino, o gestor Lebeo Ribeiro e oito atletas deixaram o clube. No dia seguinte, o técnico juiz-forano Rafael Novaes, de 39 anos, assumiu o cargo a tempo de preparar a equipe para o Módulo II do Campeonato Mineiro, competição na qual o alvinegro tem uma vitória e uma derrota nas duas primeiras partidas.

Já no final de junho, no dia 25, o então dirigente Tiago Ferreira Conte foi afastado da vice-presidência financeira do Galo Carijó e da gestão da base alvinegra. O cartola, na ocasião, afirmou que o afastamento partiu de uma decisão dele por conta das investigações da Polícia Civil sobre a base carijó.

Tópicos: tupi

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.