Queda de árvores destrói refeitório e atinge pátio de escola de educação infantil; bombeiros registram 31 ocorrências em JF

PUBLIEDITORIAL

Proprietária da instituição localizada no Bairro Borboleta estima que danos podem chegar a R$ 60 mil e diz que vizinhos solicitaram retirada das árvores desde 2019


Por Nayara Zanetti

11/04/2025 às 12h21- Atualizada 11/04/2025 às 16h30

A tempestade da última quinta-feira (10) causou estragos no Centro Educacional Saber Mágico, uma escola de educação infantil localizada no Bairro Borboleta, na Cidade Alta, após a queda de três eucaliptos. No momento, 61 alunos estavam na instituição e 23 crianças brincavam no parque – onde as árvores caíram, mas foram retiradas antes do ocorrido e ninguém ficou ferido. As aulas desta sexta-feira (11) foram suspensas e o Corpo de Bombeiros atua no local para retirar os destroços. 

De acordo com a proprietária da escola, Jussara Oliveira, de 51 anos, o risco provocado pelas árvores já havia sido avisado ao Poder Público. Ela ainda afirma que os eucaliptos, de aproximadamente 40 metros de altura, pertenciam ao terreno ao lado da instituição e que os vizinhos solicitaram a poda e/ou retirada das árvores desde 2019, mas não tiveram retorno da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). 

“Como o céu escureceu e armou chuva, recolhemos as crianças do parque. Assim que fechamos a porta, as árvores caíram. Sempre tivemos muito medo desses eucaliptos”, diz Jussara. 

As árvores atingiram o telhado do local e destruíram o refeitório e a cozinha. A estrutura do parque também foi afetada. A proprietária estima que os danos podem chegar a R$ 60 mil.

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Tribuna foi até a escola na manhã desta sexta-feira e registrou os danos causados pela queda das árvores (Fotos: Nayara Zanetti)

A reportagem solicitou à PJF informações sobre a atual situação do imóvel e também um esclarecimento em relação ao questionamento da solicitação da poda de árvores. Em nota, a Prefeitura informou que “realiza por toda a cidade trabalhos de poda e corte de árvores, de maneira preventiva, em terrenos públicos, mas não possui incumbência para executar em espaços privados.” Em relação ao pedido de poda, a PJF está apurando sobre o andamento do protocolo.

O Executivo ainda afirmou que a Defesa Civil vistoriou a escola e, “Após avaliação realizada na manhã desta sexta-feira, não foi identificado dano estrutural na edificação. A orientação da DC é pela não ocupação dos cômodos atingidos, até que sejam feitos os reparos necessários com acompanhamento de profissional habilitado”.

O município ainda afirma que “realiza por toda a cidade trabalhos de poda e corte de árvores, de maneira preventiva, em terrenos públicos, mas não possui incumbência para executar em espaços privados. Os eucaliptos foram plantados, por algum particular, em uma Área de Proteção Permanente (APP), o que é proibido por lei. Além disso, eucaliptos plantados às margens dos cursos d’água estão mais suscetíveis a quedas, e podem comprometer a qualidade da água. Ainda, como é uma espécie não nativa do local, ela pode ser suprimida pelo proprietário do terreno, desde que seja informada a destinação à Secretaria de Meio Ambiente”.

A Tribuna também entrou em contato com o Corpo de Bombeiros para saber uma previsão de finalização dos trabalhos, mas ainda não teve retorno. 

Ventos de 98,6 km/h e chuva intensa causaram outros estragos 

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a velocidade máxima dos ventos registrada ontem em Juiz de Fira foi de 98,6 km/h, no interior do campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Já o maior volume de precipitação pluviométrica foi de 49 mm, no Bairro Bairu. Os militares foram acionados para 31 ocorrências, sendo a maioria delas decorrente da queda de árvores e colapso de estruturas metálicas. 

“Diante do cenário, o 4º Batalhão de Bombeiros Militar (4º BBM), sediado em Juiz de Fora, informa que atuará com reforço de efetivo nos próximos dias. As ações seguirão uma estratégia de força inteligente e eficiente, com o objetivo de garantir o pronto atendimento às ocorrências e minimizar os impactos à população”, informou em nota a corporação.

A Defesa Civil também foi acionada e registrou 22 ocorrências em função da chuva das últimas 17 horas. A maioria das ocorrências foi de destelhamento. Ao todo, foram nove ocorrências de destelhamento; cinco de queda de árvore em edificação; três registros de alagamento; duas ocorrências de enxurrada e duas de desabamento de muro de divisa; além de uma ocorrência de desabamento parcial de edificação. 

Cidade superou a média de chuva prevista para o mês 

Em apenas 17 horas, Juiz de Fora superou a média de chuva prevista para todo o mês de abril, com 82,2 mm, segundo a Defesa Civil. Em dez dias, já foi registrado o volume de 142,3 mm na Zona Leste, superando em 81% o volume esperado para o mês de abril, seguido pelos dados na Zona Nordeste, que  atingiu 114,6 mm, superando em 46% o total esperado do mês. 

Em relação à ventania, a Defesa Civil informou que, somente em 2025, Juiz de Fora foi atingida por três das quatro rajadas de vento mais significativas já registradas em uma estação meteorológica na cidade. 

Tópicos: chuvas / defesa civil / escola

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