Mercado Municipal reabre e reafirma sua importância para Juiz de Fora

Na inauguração, prefeita Margarida Salomão (PT) relembra história do espaço e destaca ‘primeiro passo da revitalização do centro histórico’


Por Elisabetta Mazocoli

10/04/2025 às 20h07

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Mercado Municipal tem noite de inauguração agitada (Foto: Felipe Couri)

O Mercado Municipal reabriu as portas nesta quinta-feira (10), após mais de um ano de obras e uma reforma que prometeu modernizar o espaço. Na cerimônia de inauguração, políticos, personalidades influentes e participantes da vida pública do mercado relembraram a história do espaço — desde os tempos da antiga fábrica têxtil de Bernardo Mascarenhas, até o movimento “Mascarenhas, meu amor”, o incêndio que destruiu a estrutura do mercado e as dificuldades dos anos mais recentes. A prefeita Margarida Salomão (PT), afirmou, durante sua fala, que esse é o primeiro grande passo para a revitalização do centro histórico da cidade, e que o mercado sempre foi “o grande coração de Juiz de Fora”.

O espaço foi renovado com uma Praça de Alimentação, onde antes funcionava a Secretaria de Educação, e passa a contar com uma programação especial de shows e novos restaurantes. Além dos novos espaços e novos trabalhadores, os antigos comerciantes também retornaram: é o caso de Carlyle Lopes, que há 37 anos faz vendas de hortifruti no local. O primeiro a discursar no momento de inauguração, ele destacou a importância que a reforma tem para fazer a economia do setor circular. “Este é um presente para nós. Podemos receber todos os turistas que chegam na cidade”, afirma. Também foi o caso dos irmãos Robertinho e Roberta Terra, filhos de Sidnéia, do tradicional Bar da Sidnéia, que resolveram tocar o negócio herdado pela dona do bar no novo espaço. “Estamos felizes. O legado dela tem que continuar”, afirma.

Os últimos detalhes ainda estavam sendo finalizados pelos comerciantes e empreendedores no local quando as autoridades discursaram, já apontando as transformações pelas quais o local passou para manter essa história enquanto também moderniza sua estrutura. Enquanto o vice-prefeito Marcelo Detoni (PSB) destacou a importância que o pioneirismo da antiga fábrica teve na cidade e o legado de Bernardo Mascarenhas, a prefeita Margarida Salomão aproveitou o momento para relembrar os trabalhadores anônimos que ocuparam esses espaços e trabalharam pela riqueza da cidade. Ambos destacaram os esforços coletivos feitos para que essa história fosse recuperada e mantida. “Nós estamos em um espaço histórico em que se cruzam muitas gerações de juiz-foranos, de idealistas e visionários. É muito bom que a cidade tenha orgulho da própria história”, disse a chefe do executivo. 

No total, a obra demandou um investimento de R$11 milhões, e fez com que o espaço passasse a unir de forma ainda mais próxima gastronomia, cultura e lazer. O Superintendente da Funalfa na década de 70, Reginaldo Arcuri, que foi um dos protagonistas do movimento que reuniu intelectuais para lutar pela permanência do mercado, a partir do “Mascarenhas, meu amor“, destacou que o processo de desindustrialização da cidade foi um período complicado e que trouxe perdas irreparáveis para o Centro. “Naquela época, Mascarenhas foi o símbolo de união da cidade. A ideia de que Juiz de Fora pode se unir para avançar não se perdeu”, afirmou.

Carlos Bracher inaugura galeria com nome da irmã

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Margarida Salomão (PT) e Carlos Bracher inauguraram espaço (Foto: Felipe Couri)

A história do local foi relembrada também na escolha da exposição da galeria, que recuperou momentos importantes em que o Mercado Municipal foi protagonista. Por isso, também trouxe a história de quem lutou para fazê-lo permanecer sendo um ponto de cultura na cidade, inclusive pelo nome que passou a ter, homenageando a artista Nívea Bracher. O também artista plástico Carlos Bracher esteve presente para a inauguração da galeria batizada em homenagem à sua irmã, que foi uma das líderes do movimento “Mascarenhas, meu amor”. “É uma emoção que vem da alma da gente. A luta pela arte e pela cultura foi a missão da vida da Nívea, principalmente para preservar esses espaços históricos. Ela adoraria ver isso”, conta, destacando o número de pessoas visitando o local e que irá também ocupar os espaços do MC Aice nas próximas décadas.

Confira algumas fotos do Mercado Municipal

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(Foto: Felipe Couri)

Conheça restaurantes, boxes e lojas do Mercado Municipal 

Entre os comerciantes, a expectativa é de que todas essas mudanças tragam mais movimento para o espaço — e foi isso que também atraiu novos nomes para o local. No total, são 65 boxes, lojas e restaurantes ocupando o espaço, que também se tornou mais acessível e agora ainda conta com elevador panorâmico. Os restaurantes do segundo andar são Cardápio Mineiro, Restaurante Papo de Anjo, Nha Maria, Bigodeira, Awure culinária baiana, Filezinho, Buteco Central, Fathach feat 1808 e Oui uai. 

No momento, onde funcionam boxes de carnes selecionadas, peixes frescos e melhores temperos, estão Boi Gordo, Peixaria da Feira, Grãos do Mercado e Picante. Já entre os boxes de laticínios, vinhos, massas e quitandas, foram selecionados para ocupar a APL do queijo minas as lojas Caminho Novo, Linda Nata, Box Minas Gerais e Raízes empório. Também compõe o mercado Rio Minas Embalagens, PlantArte e Ponto da Planta. 

Entre os expositores de produtos únicos e feitos a mão estão, com acesso aberto para a praça, as lojas Semear Artesanato, Artesanato Mantiqueira, Coisa Feita a Mão, Pet Moon, Poly Dreads e Artesanato, Aláfia Artesanato e Criações, Odara Linhas em Harmonia, Aline Porto, Confeitaria Artesanal, Bonsanto Chapéus e Artesanato, Portal dos Anjos, Fecosol, Tenda de Minas, Arte Fibra Decora, Iza Medeiros, Atelier Kcya Valeria Artes, Sementes de Maria, Indiana da Lu, Fina Fulôr, Tziu Artesanatos e Tramas e Macramês.

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