JF registra três crimes violentos por dia
Dados foram divulgados nesta quarta, no mesmo dia em que governador apresentou levantamento estadual, que aponta redução recorde dos últimos 12 anos
Juiz de Fora registrou, no primeiro semestre de 2019, 540 crimes violentos. Isso significa que, em média, três pessoas foram vítimas diárias de homicídios tentados e consumados, estupros, roubos, extorsão, sequestro e cárcere privado, durante os últimos seis meses. Os dados são da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Em Belo Horizonte, nesta quarta-feira (17), o governador Romeu Zema (Nova) apresentou a situação da violência em todo o estado que, segundo ele, possui o menor índice de violência desde 2012. A diminuição, entretanto, não abrange os crimes de violência doméstica, como o feminicídio porque, segundo o Estado, não há números consolidados do primeiro semestre deste ano para esta tipificação. Questionado sobre a falta de estatísticas de feminicídio, o secretário de Justiça e Segurança Pública, general Mario Araujo disse que os dados remetem apenas a dados coletados até o mês de maio quando 56 mulheres haviam sido mortas em Minas.
Um dos indicadores de crime violento, que contabiliza os homicídios, declinou 54,5% no primeiro semestre deste ano em Juiz de Fora, se comparado a igual período de 2018, passando de 55 para 25 casos, conforme já divulgado pela Tribuna. No balanço divulgado pelo Estado, entretanto, foram apresentados 23 óbitos, dois a menos que o contabilizado pelo jornal. A explicação está na falta dos casos de mortes de mulheres, que não aparecem neste levantamento. Morreram na cidade Rosana da Silva Campos, 48 anos, em janeiro, e Roseli Franca de Oliveira Silva, assassinada em fevereiro. O corpo de Rosana foi encontrado envolto a pedras, na Rua Eurico Viana, na Vila Alpina, Zona Leste. Ela teria sido empurrada de um barranco e depois apedrejada. Já Roseli foi executada em fevereiro, dentro de sua casa com dois tiros na cabeça, no Bairro Santo Antônio, Zona Sudeste.
Minas Gerais
Pela primeira vez, desde 2012, Minas Gerais atingiu os mais baixos índices de violência. Durante o encontro, Zema ressaltou que o número de 2019 é menor da série histórica computada desde 2012, quando da implementação do Registro de Eventos de Defesa Social (Reds). O Reds é o banco de dados único que contempla registros entre as polícias Civil, Militar, do Meio Ambiente e também da Polícia Rodoviária Estadual , Corpo de Bombeiros e agentes prisionais e socioeducativos. Até 2019, os melhores resultados eram de 2012, com 36.750 ocorrências destas modalidades.
Entretanto, os piores resultados atingiram seu ápice no primeiro semestre de 2016, sendo computados 73.127 crimes violentos. Conforme divulgado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (17), o índice de crimes violentos declinou neste ano em Minas Gerais, 26,8% no primeiro semestre, se comparado a 2018. Furto, lesão corporal e extorsão, apesar de não serem considerados violentos, também são computados pela secretaria e, assim como as outras modalidades, apresentaram curva descendente em relação aos anos anteriores.
Apesar do déficit de policiais civis e militares e condições precárias de trabalhos, Zema ressaltou, durante o encontro, que o recuo nos índices se deve ao trabalho conjunto entre as forças de segurança. “Todas as polícias, bombeiros, agentes prisionais estão trocando informações. Isso garante mais agilidade e melhores resultados”, disse Romeu Zema, acrescentando que “os números são bons, mas devemos trabalhar para que sejam ainda melhores”. Durante a apresentação, o governador também falou da morte de policiais. Uma delas, inclusive, perdeu a vida durante sua visita à Juiz de Fora, no início do mês, quando cumpria agenda oficial.
Já o titular da Sejusp, Mario Araujo, lembrou da importância do Estado a fim de não permitir a entrada dos adolescentes no mundo do crime. “Também temos as estruturas do socioeducativo que cuidam dos nossos jovens infratores, trabalhando em 34 territórios espalhados por Minas Gerais em áreas altamente vulneráveis, preservando a vida, tirando a garotada da cooptação do crime.”
Tópicos: polícia