Incêndios: PM de Meio Ambiente registra 46 ocorrências só este mês
Entre janeiro e 10 de setembro de 2023, número também foi de 46 incêndios
Setembro é o pior mês de 2024 no quesito incêndios na zona rural. Em entrevista coletiva à imprensa, a 4ª Companhia da Polícia Militar de Meio Ambiente (PMMA), situada em Juiz de Fora e que abrange 149 municípios na região, divulgou que, nos primeiros dez dias do mês, foram registradas 46 queimadas na área. No ano inteiro, o número chega a 96. A título de comparação, entre janeiro e 10 de setembro de 2023 a corporação registrou os mesmos 46 casos oficialmente.
O tenente Lucas Carvalho destaca a importância da atuação da PMMA no contexto. “Estamos em um período de escassez de chuva e tempo seco, que, pelas previsões, tende a piorar mais. Consequentemente, os problemas com queimadas têm se acentuado – e a ação humana está contribuindo para isso. A segunda fase da Operação Verde Minas tenta integrar órgãos de meio ambiente para combater os incêndios”, ressalta.
O objetivo principal da operação é a prevenção. “Temos feito trabalhos de conscientização na Zona Rural, conversando com produtores, principalmente porque ainda existe o pensamento de que uma queimada pode estar controlada, enquanto, na verdade, não está. Assim, pode ser formado um grande incêndio florestal.”
Segundo o tenente, a queima controlada precisa ter autorização de órgão ambiental, em Minas Gerais, do Instituto Estadual de Florestas (IEF). “No atual momento, por exemplo, a prática não é permitida, já que o responsável pode perder o controle dela facilmente”, reforça.
Além disso, a Polícia Militar de Meio Ambiente relatou que, até aqui, em 2024, foram mais de R$ 3 milhões em multas, sendo que os autuados ainda têm direito a defesa e recurso. A 4ª Companhia também realizou mais de 400 ações e mais de três milhões de metros quadrados de área já foram queimados (equivalente a mais de 300 campos de futebol oficiais).
Casos de incêndios
Na coletiva, o tenente destacou três casos de incêndios na região, todos em setembro. O primeiro deles, no dia 4, em Ritápolis (a cerca de 131 quilômetros de Juiz de Fora. Na ocasião, foram 86 hectares de mata queimada, com mais R$ 800 mil em multas. No dia 6, aconteceu o segundo, em Juiz de Fora, Bairro Igrejinha, às beiras da margem da BR-267. O terceiro foi registrado no dia 9, no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, em Ervália.
A causa dos registros foi limpeza de lote. Segundo a PMMA, os relatórios já foram enviados para a Justiça. Os autores respondem pelo artigo 41 da Lei de Crimes Ambientais, cuja pena prevista pode chegar a quatro anos de prisão.
O tenente orienta a população de Zonas Rurais a sempre manter a propriedade limpa e com aceiros (espaço entre propriedades para impedir que as chamas se propaguem). Além disso, destaca a importância do cuidado com bitucas de cigarro e de sempre denunciar incêndios para a polícia.
*sob supervisão da editora Fabíola Costa.