Secretário de Saúde afirma que a variante Delta já é a predominante em Minas
Fábio Baccheretti confirmou 101 casos no estado, ultrapassando a variante Gama; reforço com a terceira dose deverá ser administrado a partir de setembro
Em coletiva na manhã desta quinta-feira (26), o secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, afirmou que a variante Delta, que teve origem na Índia e é mais transmissível, já é a de maior circulação no estado. Segundo ele, até o momento são 101 casos confirmados em Minas, todos após um estudo genômico. Mesmo com a variante em crescimento, o número de internações e de óbitos no estado continua em tendência de queda. Outro dado repassado pelo secretário de Saúde é que o reforço com a terceira dose da vacina contra o coronavírus irá começar a ser administrado em setembro.
Segundo Baccheretti, são estudadas cerca de 200 amostras de casos de Covid-19 semanalmente. Destas, no último estudo, mais da metade podem ser consideradas da cepa indiana. “Até então, a variante Gama era predominante. Agora já é a variante Delta que tem maior incidência e nas próximas semanas a tendência é de aumento. A maior parte das amostras foi encontrada na região central de Minas, especialmente de Belo Horizonte, na Sudeste e Leste do Sul, próximo à divisa com o Rio de Janeiro, e a Noroeste, perto do Distrito Federal”, comentou, destacando que não há nenhum novo remédio, tratamento ou forma de evitar o contágio para a variante, e que é preciso manter o uso de máscara, a higienização com álcool e o distanciamento social.
O secretário salientou, ainda, que o aumento da nova variante não reflete em uma pressão no sistema de saúde de Minas Gerais, que tem hoje cerca de 34% de suas UTI’s destinadas ao tratamento da doença ocupadas, além de 77% das enfermarias com pacientes com coronavírus. “Nas últimas 24 horas, foram 87 mortes. Às quintas-feiras, o dado é sempre maior, pois traz um acumulado. Pela primeira vez nas últimas semanas ele está abaixo de cem óbitos com tendência de queda para as próximas semanas. A única coisa que nos preocupa de novo são os idosos, mesmo vacinados, que sempre serão os mais vulneráveis. Cerca de 70% das mortes em Minas Gerais são de pessoas com mais de 60 anos”, comentou.
Dose de reforço começa em setembro
Diante do cenário envolvendo os idosos, mesmo aqueles com esquema vacinal completo, foi definido pelo Ministério da Saúde que o grupo, somado aos imunossuprimidos, receberá uma dose de reforço das vacinas já a partir de setembro. A previsão é que a imunização comece na segunda quinzena, mas a orientação é a de que os municípios que completarem a vacinação das pessoas de até 18 anos, e tiverem vacinas, comecem a fazer a dose de reforço. “Não ficarão vacinas estocadas, todas serão usadas”, ressaltou Baccheretti.
Inicialmente o calendário será por idade, começando com pessoas com mais de 80 anos, como no início da vacinação, atendendo também aos imunossuprimidos. Em seguida, segue para o período de imunização. Quem se vacinou há mais tempo recebe a dose de reforço antes. O secretário explicou que a terceira dose da vacina contra o coronavírus será com uma plataforma diferente da já recebida. “Temos hoje três plataformas: a Coronavac, a AstraZeneca e Janssen, e a Pfizer. Por exemplo, se a pessoa recebeu a coronavac, irá tomar uma das outras três. Se tomou AstraZeneca, receberá a Pfizer ou a Coronavac”, disse.
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Fábio acrescentou que, ainda em setembro, todos os adolescentes do estado, cerca de 1.100.000, já tenham tomado a primeira dose, que será com a Pfizer. “Não temos mais problemas com vacina. Minas tem hoje mais 4 milhões de doses nos municípios, que devem acelerar a vacinação. Quando se confirmou a transmissão comunitária da variante Delta em Minas Gerais, há cerca de duas semanas, pedimos ao governo Federal mais vacinas. Apenas nesta semana serão mais de 2 milhões de doses distribuídas”, destacou.
Minas deve ter “imunidade de rebanho” em outubro
O chefe da pasta destacou ainda que a expectativa do governo do Estado é de que entre o fim de outubro e o início de novembro, todos os adultos de Minas Gerais tenham recebido as duas doses – ou dose única – de vacinas contra a Covid-19. Ele destacou que a projeção leva em conta a diminuição do intervalo entre a primeira e a segunda dose das vacinas AstraZeneca – que passa para dois meses – e Pfizer, que pode chegar a um intervalo de 21 dias entre as duas doses.
Com isso, conforme o secretário de Estado de Saúde, Minas deve atingir a “imunidade de rebanho” em outubro, quando mais de 70% da população está com o esquema vacinal completo e suficiente para a doença não progredir. Com a vacinação de adolescentes começando em setembro, a perspectiva é a de que esse público esteja imunizado um mês depois, entre novembro e dezembro.
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