MG tem quase 13 mil casos de SRAG causados por vírus não especificados
Dados são do boletim epidemiológico de Influenza divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde nesta segunda; 1.767 notificações foram associadas ao coronavírus
Minas Gerais tem 12.939 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causadas por vírus não especificados ou sob investigação, segundo dados do boletim epidemiológico da Influenza, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) nesta segunda-feira (15). O montante corresponde a 85,95% das notificações de SRAG registradas entre 29 de dezembro de 2019 até o último dia 6. Dos 15.053 casos totais registrados no mesmo período, apenas 1.921 foram associados a vírus específicos, como Influenza, Covid-19 e outros vírus respiratórios – como Parainfluenza, Adenovírus, Metapneumovírus e Bocavírus.
A SES/MG define como casos de SRAG “indivíduos hospitalizados com febre, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e que apresente dispneia ou saturação de gás oxigênio inferior a 95% ou desconforto respiratório” ou “que evoluiu para óbito por SRAG independentemente (sic) de internação”. Dentre os 12.939 casos de SRAG decorrentes de vírus não identificados, 9.576 são classificados como “SRAG não especificada”, e 3.363, como “SRAG em investigação”. De todas as 15 mil amostras processadas, apenas 1.767 são relacionadas à Covid-19, de acordo com o Governo estadual. O número de SRAG não especificada e em investigação é bem superior àquele de vírus respiratórios identificados, como o Influenza, responsável por apenas 108 – em porcentagem, 0,71% – dos 15.053 registros de SRAG.
Conforme o boletim epidemiológico, entre as notificações de pacientes com a síndrome residentes de Minas Gerais, 2.052 morreram, sendo 375 por Covid-19, 15 por Influenza e somente um por vírus sincicial respiratório. Isso quer dizer que ainda há 1.661 mortes cuja causa não é específica ou está sob investigação. Em matéria publicada em 2 de junho, a Tribuna abordou um levantamento da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) que aponta aumento, entre janeiro e abril de 2020, de 648% em óbitos por SRAG em comparação com a média dos três anos anteriores. Nos quatro primeiros meses do ano, morreram 201 pessoas cujo atestado de óbito registra Covid-19 como causa. Neste mesmo tempo, 539 óbitos no estado foram registrados como SRAG, que apresenta sintomas semelhantes ao coronavírus.
Apesar de discriminados, os casos de SRAG não especificados e sob investigação não foram apresentados pela SES/MG divididos conforme as Superintendências Regionais de Saúde (SRSs). A Tribuna questionou quantos dos 12.939 casos correspondem à SRS de Juiz de Fora, mas, até o fechamento desta edição, não obteve resposta da SES/MG. Além disso, a reportagem contestou os critérios técnicos adotados para diferenciar casos de SRAGs sob investigação e não especificados, e qual a relação destes com a Covid-19 e a subnotificação já admitida pelo subsecretário de Vigilância em Saúde de Minas, Dario Ramalho.
Cinco casos graves de gripe em JF
Dos 108 casos de Influenza confirmados entre 29 de dezembro de 2019 e 6 de junho, a maioria, 36, foi causada pelo Influenza B. Por sua vez, 33 são por Influenza A (H1N1), 32 por Influenza A (H3N2), quatro por Influenza A não subtipável e, por fim, três por Influenza A não subtipado. Do total de casos de Influenza, cinco foram registrados no Município de Juiz de Fora, mesmo número de Ribeirão das Neves. Apenas Betim, com dez, Uberlândia (11) e Belo Horizonte (29) têm mais casos confirmados do vírus em Minas.
Seis óbitos ocorreram devido à infecção por Influenza B, enquanto cinco por Influenza A (H3N2). Influenza A (H1N1) e Influenza A não subtipado foram responsáveis por duas mortes cada. Até 9 de junho, conforme os dados da SES/MG, não houve nenhuma morte por Influenza em Juiz de Fora. No entanto, a própria pasta já havia confirmado três óbitos por Influenza na Zona da Mata, sendo um em Juiz de Fora, mais um em Além Paraíba e outro em Visconde do Rio Branco.