Frota será ampliada e modernizada
Juiz de Fora irá ampliar a frota de táxis, passando dos atuais 545 para, pelo menos, 650 carros no primeiro semestre de 2015. Os novos veículos terão quatro portas, potência mínima de 65cv, ar-condicionado, sistema GPS, câmera de vigilância, taxímetro biométrico, porta-malas de, no mínimo, 260 litros, sinal luminoso com indicações de “livre” e “ocupado”, capacidade para transportar entre cinco e sete passageiros, e, no máximo, seis anos de uso. As exigências fazem parte do edital de licitação para concessão das novas placas, que será lançado até o dia 15 de dezembro, conforme anúncio feito ontem pelo prefeito Bruno Siqueira durante entrevista coletiva. Com a ampliação da frota, a expectativa é que a cidade ganhe em torno de 50 novos táxis adaptados, totalizando 60 veículos do tipo em circulação, e cinco híbridos.
De acordo com o prefeito, o período de concessão será de 16 anos, podendo ser prorrogado por igual período. Aos motoristas que quiserem participar da concorrência também são feitas exigências, como, pelo menos, dois anos de habilitação. “O processo de licitação será feito por meio de pontuação. Quanto mais novo, mais potente e melhor equipado o veículo, mais bem pontuado o candidato estará.”
Bruno destaca que a concorrência é aberta a todos os interessados, inclusive aos donos das 433 placas adquiridas na década de 80, antes do serviço ser estruturado na cidade e que, por isso, não passaram por processo de licitação. “Neste caso, uma vez vencedores, eles irão abrir mão da placa antiga para ficar com a nova, já regularizada. Isto porque não é permitida a posse de duas placas.” Sobre a atual situação destes profissionais, ele informou que aguarda a decisão da Justiça e que a Prefeitura irá acatar a sentença que for definida.
A ampliação e a modernização do serviço de táxi buscam atender com melhor qualidade a quem utiliza o sistema, como explicou o prefeito. “Realizamos estudos que mostraram a necessidade de aumentar a frota. As exigências feitas no edital têm o objetivo de melhorar o serviço para o usuário.”
No caso do taxímetro biométrico, ele destacou, ainda, que a ferramenta irá evitar fraudes no sistema, uma vez que ele identifica o motorista que opera o carro. Os novos veículos serão alocados em diferentes pontos do município. “Sabemos que a demanda na região central é maior”, adiantou.
A Prefeitura pretende, também, que todas as melhorias sejam estendidas à frota atual. “Em dezembro, iremos encaminhar mensagem à Câmara para aprovação de projeto de lei que irá estabelecer as mesmas exigências aos táxis que já estão em circulação. Em médio prazo, teremos toda a frota de Juiz de Fora nas mesmas condições.”
Anúncio de licitação divide categoria
O anúncio de licitação para concessão de novas placas de táxis dividiu a opinião dos trabalhadores. O Sindicato dos Taxistas e a Associação de Taxistas de Juiz de Fora discordam da forma como a concorrência foi elaborada. “Não somos contrários à inclusão de novos carros, mas a Prefeitura fez isso sem a nossa colaboração. Participamos durante dois anos de reuniões com a secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) e, simplesmente, não fomos ouvidos. Sabemos que a cidade não tem demanda para 60 carros adaptados”, declarou o presidente da associação, Luiz Gonzaga.
O presidente do Sindicato dos Taxistas e diretor da Federação Nacional dos Taxistas e Transportadores de Passageiros, Aparecido Fagundes, disse que solicitou, ontem, reunião com o prefeito Bruno Siqueira para discutir o assunto. “Queremos um estudo técnico mais elaborado realizado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) que mostre a real necessidade dessa demanda de táxis”, disse. Ele defende que apenas 50% das novas placas previstas pela Prefeitura entrem em circulação em 2015. “Assim poderemos verificar os impactos no trânsito e na demanda do serviço para, se julgar necessário, serem concedidos os outros 50%.” Segundo ele, os problemas do sistema não serão resolvidos com a ampliação da frota. “Existem muitos carros, mas estão mal distribuídos pelos pontos. Queremos um estudo técnico, caso contrário entraremos na Justiça.”
O diretor presidente do Sindicato dos Auxiliares de Juiz de Fora, Marcus Guedes, foi favorável à licitação. “Foram dois anos de estudo para se chegar a este resultado, prova que tudo ocorreu de forma criteriosa. É esperada a divisão de opiniões entre a categoria, pois os permissionários não querem mais concorrência, e os auxiliares querem entrar no mercado.”