Compasso de espera pelo Dia dos Pais
Nem parece que o Dia dos Pais será comemorado no domingo. Apesar de a maioria das vitrines estar decorada para a data, nas ruas, o movimento é tímido. O Sindicato do Comércio (Sindicomércio) não cogita a possibilidade de as vendas superarem as do ano passado. Entre os lojistas, há a esperança de que, se houver avanço, não deve ultrapassar a casa dos 15%. O desempenho da primeira data comemorativa do segundo semestre, em Juiz de Fora, depende da intensidade da procura de última hora. No sábado, o comércio central está autorizado a funcionar em horário estendido, até as 18h.
A Tudo Box, em São Mateus, caprichou na decoração, unindo afeto, pai e Olimpíada na vitrine. Segundo o proprietário Romildo Giacomini, a intenção é atrair o olhar do cliente e conseguir elevar as vendas entre 5% e 10% em relação às do ano passado. A demanda vem ganhado fôlego desde o início do mês. “Claro que não é o movimento que a gente esperava.” Segundo Romildo, os filhos que chegam à loja demonstram a intenção de gastar até R$ 40. “É uma lembrancinha, com a intenção de transmitir uma mensagem”, diz.
Na Oficina do Terno, a expectativa do gerente Júlio César Henriques é, pelo menos, empatar em relação a 2015. Se a demanda surpreender positivamente, a alta não deve passar de 15%, avalia. Para o gerente, a movimentação deve se intensificar nos dias que antecedem a data. O gasto médio esperado gira entre R$ 100 e R$ 150, um pouco menor do que o verificado, na loja, no ano anterior – em torno de R$ 200. Para Júlio César, apesar do apelo emocional da data, o consumidor segue cauteloso.
O presidente do Sindicomércio, Emerson Beloti, assegura que agosto será melhor em vendas ante julho, o que não significa dizer que a data resultará em faturamento deflacionado maior do que o de 2015. “Os lojistas estão mais cautelosos. Se venderem a mesma coisa, já se dão por satisfeitos.” Além de os negócios estarem mais “enxutos”, Beloti destaca que a economia não está crescendo, mas dando a impressão de queda em menor intensidade. O tíquete médio identificado pelo Sindicomércio para 2016 gira entre R$ 50 e R$ 100.
Sinais de recuperação
Para a Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio/MG), o cenário econômico continua sendo o principal desestímulo para os clientes, que ainda sentem os impactos da inflação e do crescimento do desemprego no país. “Essa situação deixa o consumidor sem recursos e desmotivado. Os preços elevados e outros fatores de redução do poder de compra são grandes limitadores. No entanto, já é possível sentir a recuperação na economia, e um número expressivo de pessoas vai presentear os pais”, argumenta a analista de Pesquisas da Federação, Elisa Castro. De acordo com estudo da entidade, quase 45% dos entrevistados pretendem ir às compras. Em 2015, eram 50,1%.
As promoções e as liquidações serão o grande atrativo para 70,9% dos consumidores, sendo que boa parte (42,5%) deixará para escolher o presente esta semana. Entre os empresários mineiros, 74,5% estão confiantes em vendas melhores ou iguais às do ano passado. A expectativa é que a data provoque impacto positivo em mais da metade (51,4%) do comércio varejista, nos seus mais diversos segmentos.