i-Bit Mapping Festival Online encerra ‘residência artística’ em Ibitipoca
VJs e motiondesigners apresentarão os mapeamentos de vídeo projetados em pontos históricos do arraial no evento, entre 5 e 6 de junho
A organização do i-Bit Mapping Festival Online encerrou na última terça-feira (25) o período de residência artística em Conceição de Ibitipoca. Pontos históricos do vilarejo, como o Paredão de Santo Antônio, bem como as igrejas de Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora do Rosário emprestaram as fachadas para projeções audiovisuais de VJs e motiondesigners. A técnica de arte urbana, conhecida como mapeamento de vídeo, aproveita a volumetria de edifícios e pontos paisagísticos para projeções imersivas e extremas em vários formatos de mídias digitais. As imagens, projetadas e captadas desde 17 de maio, serão exibidas em transmissão ao vivo, entre 5 e 6 de junho, no YouTube, na primeira edição do i-Bit Mapping, realizado pela produtora Reação.TV. A apresentação será comandada pela poeta e rapper Laura Conceição.
Não à toa a programação do i-Bit Mapping Festival Online será aberta no Dia Mundial do Meio Ambiente. O objetivo é propor, a partir do conteúdo dos mapeamentos, discussões sobre educação ambiental. Tanto é que os VJs e motiondesigners reuniram-se previamente com pesquisadores para conhecer histórias sobre a fauna e flora de Ibitipoca, bem como lendas locais para desenvolver as projeções. Os consultores foram a engenheira florestal e gerente do Parque Estadual do Ibitipoca, Clarice Silva, os biólogos Kelly Antunes e Marcelo Gehara, além do engenheiro geológico Marcelo Taylor. “Nos relataram que Ibitipoca é um paraíso. É conhecida como ‘ilha do céu’ porque está acima das nuvens e é uma floresta nebular. Tivemos uma superorientação”, relatou o curador do i-Bit Mapping, Jodele Larcher, diretor de arte e televisão. A assessoria, inclusive, se deu para adequar as atividades de mapeamento às necessidades de preservação ambiental.
Jodele é um dos precursores de mapeamento de vídeo no Brasil. Já participou de festivais como Jam, Red Bull Live Images e Skol Beats. Além disso, foi diretor de criação de cenários virtuais para artistas como Roberto Carlos, Gilberto Gil, Lulu Santos, Kid Abelha, Moby, Carl Cox etc. O festival ainda reúne VJ Spetto, outro representante da primeira geração brasileira de profissionais de mapeamento de vídeo. Mas o i-Bit Mapping ainda reúne criadores das gerações mais recentes, como Homem Gaiola, Vini Fabretti, Luv, Carol Santana, Lê Pantoja, Eletroiman e Vigas. Todos participaram da residência artística entre 17 de maio e a última terça-feira – exceto Lê Pantoja e Eletroiman, que integraram de forma remota a experiência. A produção do i-Bit Mapping, financiado pelos recursos da Lei Aldir Blanc por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas, é de Rizza Habitá.
Ainda que parte do i-Bit Mapping Festival já tenha sido realizada durante maio, o conteúdo será disponibilizado nos dias 5 e 6 de junho. O público poderá acompanhar uma conversa sobre projeções na natureza com Spetto, Vini Fabretti, Daniel Besnyo, Eletroiman, Alexis e Vigas. Há ainda oficinas ministradas pelos VJs Homem Gaiola e Luv. Ela, por exemplo, abordou a criação de loops e animações 2D em “Animação e ilustração digital”. Já Homem Gaiola, instalações de luz envolvendo o protocolo DMX a partir de fitas de LED endereçáveis em “Pixel mapping”. A primeira parte das oficinas aconteceu on-line. A segunda, também virtual, foi dada pelos artistas durante a residência artística em Ibitipoca.