Programa da UFJF assiste a alunos que vêm de fora
Ao iniciar a vida acadêmica, o aluno não lida apenas com uma nova rotina de estudos e um novo status social. Muitos deixam sua terra natal em busca do ensino superior e acabam se deparando com outros desafios, que envolvem, muitas vezes, adaptações em todos os sentidos: ambiente, pessoas e dinâmica daquele novo lugar. Durante esse processo, o estudante pode apresentar problemas emocionais e psicológicos que influenciam diretamente na sua permanência e no aproveitamento do curso. Segundo dados da Pró-reitoria de Assistência Estudantil (Proae), estima-se que 52% dos alunos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) são oriundos de outras cidades, e boa parte deles enfrenta dificuldades ao chegar à instituição. Há dois anos, o órgão desenvolveu o Grupo Fora de Casa, voltado para acolher este estudante e ajudá-lo neste processo. Recentemente, a iniciativa cresceu e deu origem a um programa homônimo, que oferece outras frentes de trabalho, inclusive um seminário, que acontece no dia 30 deste mês.
“A gente tem identificado uma série de dificuldades de adaptação, além daquela relativa à mudança do ensino médio para o superior. A vida deste estudante muda em todos os sentidos, e as principais queixas são: ansiedade, solidão, distância da família, dificuldade para criar novas amizades, compreender a dinâmica da cidade e da universidade, além do medo de exercer atividades que não faziam parte de sua rotina, como fazer a própria comida, lavar roupa, pagar contas… Isso, sem dúvidas, impacta no seu desenvolvimento e, sem apoio e acolhimento, isto tende a ser mais difícil”, explica o pró-reitor de Assistência Estudantil, Marcos Freitas. Segundo ele, por meio do Programa Fora de Casa, o estudante conta com apoio psicológico, pedagógico e assistencial, que o ajuda a criar um sentimento de pertencimento, diminuindo a evasão e garantindo melhor aproveitamento acadêmico.
Este atendimento multidisciplinar, de acordo com Freitas, ocorre dentro do grupo, que faz parte dos quatro eixos de atividades do programa. O estudante que buscar a iniciativa poderá trabalhar questões relacionadas à ansiedade e refletir sobre as mudanças em que estão inseridos. A segunda atuação consiste em oferecer oficinas pedagógicas que auxiliam os estudantes a organizar o tempo destinado aos estudos. A terceira consiste no Roda Viva, que é a criação de uma rede de relacionamento entre os estudantes que são de fora, envolvendo aqueles que saíram de casa há mais tempo e aqueles recém-chegados em Juiz de Fora, promovendo um intercâmbio de experiências entre eles. Por último, é a realização do Seminário de Integração, que fará reflexões sobre essas posturas sociais, como aproveitar bem essas mudanças. “Serão duas atividades nesta terça-feira, a primeira às 9h e a segunda, às 15h. Elas serão interativas, e queremos ouvir a história desses estudantes, transformando o encontro em algo leve e prazeroso para eles. No final, faremos um passeio pela UFJF, encerrando no Centro de Ciências, que é um ponto ainda pouco conhecido”, destaca.