Menina de 9 anos abusada pelo padrasto será ouvida nesta quinta
Mãe prestou depoimento nesta quarta na Polícia Civil. Delegada que investiga o caso solicitou medida protetiva em caráter de urgência
A delegada Ione Barbosa irá ouvir, nesta quinta-feira (23), a criança, de apenas 9 anos, abusada sexualmente pelo padrasto, 29. O crime ocorreu na casa onde a menina morava com a mãe, os três irmãos e o homem, na tarde do último dia 22, na região Nordeste de Juiz de Fora. Nesta quarta-feira, a mãe da criança prestou depoimento na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. Ela contou nunca ter desconfiado das atitudes do abusador, com quem mantinha um relacionamento há cerca de quatro anos. “A mulher prestou depoimento e afirmou não ter notado nada de estranho em todos esses anos. Amanhã (quinta-feira), irei conversar com a criança, na presença de um conselheiro tutelar, para colher relatos dela e saber se o padrasto não havia cometido abusos anteriores”, disse a delegada.
Foi aberto inquérito para investigar o estupro, e Ione Barbosa solicitou medida protetiva em caráter de urgência à Justiça, para mãe e filha, a fim de que o suspeito não se aproxime delas. Após o crime, o homem fugiu. Conforme a delegada, apesar de o homem ter fugido da situação de flagrante, ele poderá ser preso no decorrer das investigações. O caso veio à tona na mesma semana em que um pai foi preso após confessar estuprar a filha, de 16 anos, desde que ela tinha 6.
O crime
De acordo com o Registro de Eventos de Defesa Social (Reds), a mãe da vítima procurou uma entidade católica para pedir ajuda. Diante da gravidade do fato, um representante da organização foi com a mulher até a 31ª Companhia da Polícia Militar, sediada no Bairro Bom Clima, também na região Nordeste. Conforme relatou a mãe, seu outro filho, 7, pediu ao suspeito que colocasse um filme para ele e os irmãos assistirem. Em seguida, o homem teria levado as crianças para a sala colocando dois colchões no chão. O menino teria deitado em um dos colchões, o homem em outro e a vítima estaria no sofá.
Em determinado momento, o padrasto teria puxado a menina para o colchão onde estava e a colocou debaixo da coberta. Como a mãe notou que estava muito silencioso, foi até o cômodo. Ao se aproximar, viu do corredor “algo estranho e visualizou movimentos debaixo da coberta”. Ainda segundo ela, o homem estaria beijando o pescoço da vítima. Conforme o documento policial, a mulher continuou a observar e constatou que a vítima tentava se desvencilhar do padrasto, tentando tirar a mão de debaixo da coberta, mas o suspeito segurava a garota. Ele teria ainda imprensado a menina entre o colchão e o sofá. Neste momento, a mulher interveio, puxou a coberta e constatou que o parceiro estava com o órgão genital para fora da calça segurando a mão da criança no membro. Segundo a PM, a menina confirmou a situação e disse que o suspeito estava acariciando suas partes íntimas. A mãe começou a gritar e, ao dizer que acionaria a PM, o homem fugiu.
Preocupada, ela questionou aos outros filhos se o abusador já tinha feito algo parecido com eles, mas todos negaram. A menina foi levada para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), para ser avaliada pelo Protocolo de Atendimento ao Risco Biológico, Ocupacional e Sexual (Parbos). Os médicos não constataram conjunção carnal. O exame deu inconclusivo para ato libidinoso. O laudo será anexado ao inquérito e remetido à Justiça. O homem poderá responder por estupro de vulnerável, uma vez a menina é menor de 14 anos, conforme o artigo 217, da Lei de Crimes Sexuais. A pena varia de oito a 15 anos de reclusão.
Tópicos: abuso sexual