Número de possíveis casos de sarampo chega a 9 em JF
Novo caso é confirmado; homem de 43 anos, sem histórico de vacinação, é tio de adolescente de 16 cuja doença já tinha sido constatada
Um novo caso de sarampo foi confirmado nesta segunda-feira (16), elevando para três as confirmações da doença em Juiz de Fora. O número de casos suspeitos também subiu para seis, conforme o Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (DVEA) da Secretaria de Saúde. No total, Juiz de Fora já acumula, até esta segunda-feira (16), nove possíveis pacientes infectados.
A nova ocorrência de sarampo atestada por meio de exames diz respeito a um homem, 43 anos, morador do Bairro Novo Horizonte, sem histórico de vacinação. Conforme a pasta, “constatou-se que o paciente esteve em contato com familiares que viajaram para São Paulo, região onde há surto da doença”. O homem, de acordo com a secretaria, é tio do adolescente, 16, também morador do Novo Horizonte, cuja doença já tinha sido confirmada, e a suspeita da doença não constava nos dados informados até esta segunda. Além destas ocorrências, há ainda uma criança infectada, de 1 ano de idade, moradora do Bairro Aeroporto. Ela também teria viajado para São Paulo.
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Já dentre os quatro novos casos sob investigação, estão três crianças com idade entre 1 e 3 anos: uma do sexo masculino, de 1 ano e 9 meses, moradora do Bairro Nossa Senhora Aparecida; outra do sexo feminino, de 1 ano e 1 mês, residente no Bairro Ipiranga; e, por fim, uma criança de 2 anos e 10 meses, do Bairro Democrata.
Além disso, está sob suspeita o caso de uma mulher, 20 anos, moradora do Bairro Marumbi, com uma única dose da vacina registrada, conforme a Secretaria de Saúde. “Os casos suspeitos foram enviados para análise laboratorial, em Belo Horizonte, para descartar ou comprovar os casos por meio de exames mais complexos, como o de sorologia. O DVEA realizou avaliação preliminar de todos os casos e, quando (…) foi necessário, realizou a ação de bloqueio vacinal”, pontuou a pasta.
Ainda estão em investigação a suspeita de que a mãe do adolescente infectado, de 41 anos, também tenha contraído a doença em viagem a São Paulo, assim como uma bebê de 1 ano e 9 meses.
Todos os casos registrados em Juiz de Fora são classificados como importados, isto é, quando a infecção ocorreu em outras cidades. As novas ocorrências da doença interromperam um período de 18 anos sem registros de sarampo confirmados em Juiz de Fora. À parte os novos registros municipais, Minas Gerais soma 18 casos confirmados da doença.
Surto ativo
Conforme o Ministério da Saúde, Minas Gerais encontra-se em surto ativo de sarampo. Desde o início de 2019, foram notificados à Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) 489 casos suspeitos de sarampo, sendo 183 descartados, 288 ainda em investigação e 18 confirmados, conforme dados de informe epidemiológico publicado na última quarta-feira (11). Destes atestados, 12 são classificados como importados e seis como critérios laboratoriais, isto é, sem história de contato.
Apesar de Juiz de Fora não ter registrado óbito algum, o Ministério da Saúde classifica o estado com surto ativo de sarampo, uma vez que, de acordo com a pasta, “a confirmação de apenas um caso pelas secretarias estaduais de saúde é suficiente para a categorização”. O Ministério da Saúde foi questionado se a classificação implicaria em repasse de recursos extraordinários para a administração do surto, mas, até o fechamento desta edição, ainda não tinha respondido.
Campanha nacional
Conforme os dados do Setor de Imunização da Secretaria de Saúde, em campanha de vacinação contra sarampo realizada em 2018, a cobertura superou o índice de 95%. Em agosto, conforme a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Juiz de Fora, Minas Gerais recebeu do Ministério da Saúde 471.430 mil doses da tríplice viral referentes a setembro. Deste montante, 350 mil são para a administração rotineira, e 121.430 para intensificação vacinal em crianças com idade entre 6 e 11 meses. “Está previsto o recebimento do quantitativo de 350 mil doses, a partir do dia 20 de setembro, para a rotina do mês de outubro. O Ministério da Saúde, porém, ainda não informou sobre o quantitativo extra para intensificação vacinal nas crianças de 6 a 11 meses referente ao mês de outubro”, informa, em nota, a SRS. Ainda conforme a unidade, os 37 municípios cobertos pela unidade de Juiz de Fora receberam, em agosto, 15 mil doses da tríplice viral. Em setembro, já chegaram 14 mil doses, “com expectativa de recebimento de mais 10 mil ao longo do mês”.
Embora a tríplice viral esteja disponível ao longo do ano nas salas de vacinação, a reincidência nacional da doença levará o Ministério da Saúde a promover, entre outubro e novembro, a Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, a ser organizada em duas etapas. De acordo com a pasta, o público-alvo será, entre 7 e 25 de outubro, crianças cuja idade variam entre 6 meses e menos de 5 anos. O dia de mobilização nacional, por sua vez, acontecerá em 19 de outubro. A segunda etapa será realizada entre 18 e 30 de novembro, na qual o público-alvo será a população cuja idade é de 20 a 29 anos.
Postos de vacinação
Em Juiz de Fora, a imunização está disponível nas 63 Unidades Básicas de Saúde, no Departamento de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente e na sala de vacinas do PAM-Marechal, localizada no 3° andar do prédio. Em nota, a Secretaria de Saúde informa serem “necessárias duas doses da vacina para a pessoa estar imunizada por toda a vida, ou seja, as doses administradas no passado são válidas e não há necessidade de se vacinar novamente”.
Em crianças, a primeira dose é administrada aos 12 meses, e a segunda, aos 15. No caso de adolescentes e adultos sem registro de vacinação, aqueles cuja idade variar entre 20 e 29 anos devem tomar duas doses, com intervalo de 30 dias, e, ainda, pessoas com idade entre 30 e 49 anos tomam apenas uma dose. A vacina é contraindicada em registro de imunodeficiências congênitas ou adquiridas – clínica ou laboratorial grave -, infecção pelo HIV em pessoas com taxas de células do sistema imunológico menor que 15%, gestantes e pessoas com alergia grave aos componentes da fórmula.