Protesto paralisa instituições de ensino públicas e privadas em JF
Alunos, professores e servidores paralisarão contra a reforma da Previdência e em defesa da educação
Em adesão à Greve Nacional da Educação, trabalhadores das redes municipal, estadual e federal de ensino de Juiz de Fora paralisarão, nesta quarta-feira (15), as atividades. Em ato unificado contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência e o contingenciamento orçamentário do Ministério da Educação (MEC), vão às ruas, a partir de 16h, professores, servidores técnico-administrativos e alunos, tanto da rede pública quanto da rede particular de ensino. Convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), a mobilização manterá parte das escolas locais fechadas.
“Algumas escolas terão aula. Do magistério municipal, 95% dos trabalhadores vão parar amanhã. Conseguimos fazer somente o levantamento da rede municipal. Da rede privada, a informação que temos é que as maiores escolas estão aderindo ao movimento. Agora, chegaram também para a gente informações de paralisação parcial”, detalha Aparecida de Oliveira Pinto, coordenadora-geral do Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro). Em ofício encaminhado às instituições de ensino da rede particular, o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Sudeste de Minas Gerais (Sinepe) informou que faltas serão passíveis de desconto salarial. “O Sinepe recomenda que os empregadores informem aos seus professores que as escolas funcionarão normalmente, bem como, que faltas serão não justificadas serão descontadas.”
Conforme estimativa do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), nenhuma escola da rede estadual funcionará integralmente. “Cerca de 80% da categoria vai parar em toda a região. A nossa sub-sede abrange, aproximadamente, 26 cidades da Zona da Mata”, informa Victoria Mello, diretora-geral do Sind-UTE. “Não temos conhecimento de nenhuma escola que não vai aderir (à paralisação). Ou estarão fechadas totalmente ou estarão funcionando parcialmente.” Embora seja encabeçado por trabalhadores em educação, o ato é considerado por diversas categorias como preparatório para a greve geral, a ser realizada em 14 de junho.
Os manifestantes se concentrarão, inicialmente, em frente à Câmara Municipal, no Parque Halfeld; o ato será inaugurado com aula pública sobre a Previdência. A seguir, Sinpro e o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) abrirão as manifestações. Demais sindicatos, federações, lideranças partidárias e membros de movimentos sociais são aguardados para fala. Ao fim, a depender do número de presentes, a organização planeja seguir em passeata pela região central.
Reivindicações locais
A agenda de Sinpro e Sind-UTE, entretanto, será iniciada, nesta quarta, ainda pela manhã. Ambos terão assembleias para organizar as próprias reivindicações junto à Prefeitura de Juiz de Fora, ao Sinepe-Sudeste e ao Estado de Minas Gerais. Às 10h, os professores da rede particular têm reunião no Ritz Hotel; no mesmo local, às 15h, reúne-se o magistério municipal. Já os professores da rede estadual se encontrarão, às 15h, na Escola Estadual Delfim Moreira.
Farmácia Universitária estará fechada
Ainda que seja encabeçado por trabalhadores em educação, o ato unificado é apoiado por diversas categorias, representadas por entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), pela Central Sindical Popular Conlutas (CSP-Conlutas), pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e pela Força Sindical. Contudo, os serviços de atendimento prestados serão mantidos em Juiz de Fora; apenas a Farmácia Universitária estará fechada nesta quarta-feira (15). A Prefeitura de Juiz de Fora, inclusive, orienta a população para, em caso de necessidade, buscar a Farmácia Central (Rua Espírito Santo 1.064, Centro) ou a Unidade Básica de Saúde (UBS) do Bairro Santos Dumont (Rua Álvaro José Rodrigues 25).
Questionada se fora notificada pelos trabalhadores sobre a paralisação de serviços de cultura, lazer e saúde oferecidos, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) informou que, como a adesão ao movimento é espontânea, os setores não avisam o funcionamento previamente. Perguntadas sobre o atendimento de órgãos a elas vinculados, as secretarias de Desenvolvimento Social, Educação e Saúde responderam não terem sido notificadas sobre eventual paralisação. O Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu) confirmou à reportagem a manutenção dos serviços do Município. A exemplo das pastas, a Câmara Municipal também confirmou o funcionamento regular do Centro de Atendimento ao Cidadão (CAC).
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