Após quatro anos, umidade do ar volta a atingir estado de alerta em JF
Marcação desta quinta-feira foi de 19 %, a menor desde 2015, quando a umidade chegou a 18 %
A umidade relativa do ar atingiu, na tarde desta quinta-feira (12), o menor índice deste ano em Juiz de Fora. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o patamar alcançou 19%, o que representa estado de alerta, segundo critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS). A recomendação é que a umidade seja acima de 60% para que não haja prejuízos à saúde. O quantitativo não era registrado desde 2015, quando a cidade teve 18% de umidade relativa do ar, de acordo com dados do Inmet acompanhados diariamente pela Tribuna.
A atenção especial é justificada pela incidência de forte onda de calor que atinge a cidade e todo o Estado, principalmente nas tardes. O baixo patamar foi registrado por volta das 14h. Conforme a OMS, o estado de atenção se caracteriza com marcações abaixo dos 30%, como ocorreu nesta quarta, em Juiz de Fora, passando a estado de alerta quando o patamar atinge os 19%, a exemplo desta quinta.
A baixa umidade relativa do ar é resultado de uma massa de ar seco que age sobre parte da região Sudeste do país. O fenômeno climatológico funciona como um bloqueio atmosférico, impedindo a aproximação das frentes frias que causam a instabilidade. Por isso, a concentração de nuvens no céu se torna rara, o que significa, ainda, prolongamento da estiagem.
Os termômetros do Inmet registaram mínima de 19,3 e máxima de 34,7 graus, maior temperatura do inverno no município até agora. As recomendações, nestes casos, são evitar exercícios físicos ao ar livre nos momentos mais quentes do dia, umidificar o ambiente, permanecer, sempre que possível, em locais protegidos do sol, evitar sair ao ar livre sem proteção solar e usar soro fisiológico nos olhos e narinas. Além disso, ter atenção especial com idosos e crianças, que possuem a saúde mais debilitada.
Fim de semana
Nesta sexta-feira (13), o domínio da massa de ar continental seca e quente favorece a condição de estabilidade do tempo em Minas Gerais e, por consequência, em Juiz de Fora. Entretanto, com o fluxo de ar úmido que chega do mar, haverá maior variação de nebulosidade no município, deixando as temperaturas mais amenas no fim de semana. No sábado e domingo, as temperaturas devem oscilar entre os 17 e os 28 graus, e o céu deverá ficar nublado a parcialmente nublado. Os dois dias seguem sem perspectiva de chuvas em Juiz de Fora, conforme prevê o 5º Distrito do Inmet.
Calor leva a desabastecimento
Segundo a Cesama, as altas temperaturas, aliadas à baixa umidade relativa do ar, levaram a um aumento no consumo de água, causando reflexos e desabastecimento em algumas regiões da cidade. A Cesama afirma que está monitorando a situação e orienta a população para que economize água até que o sistema esteja totalmente regularizado.
Moradores do Bairro Previdenciários, na Zona Sul, reclamam da falta de água desde a última terça-feira (10). Segundo eles, algumas ruas estão com suas residências sem receber abastecimento há três dias, o que vem dificultando a realização de tarefas no dia a dia. O problema estaria acontecendo de forma geral, mas as solicitações que chegaram à Tribuna dão conta de que a dificuldade acontece, principalmente, nas ruas Horácio Alberto Assis e Aristóteles Fabrino. “Já acionamos a Cesama, mas a informação que recebemos é que não constam problemas na região. Apesar disso, o problema persiste”, relatou um morador.
À Tribuna, o diretor técnico-operacional da Cesama, Márcio Pessoa, explicou que além do calor intenso e da umidade baixa do ar, outros fatores contribuem para o desequilíbrio do sistema. “A Represa de São Pedro está com um nível de 28,6% de reserva, cerca de oito pontos percentuais a menos do que apresentava no mesmo período do ano passado, quando tinha 36,9% do volume total acumulado. Hoje, já estamos complementando o abastecimento da Cidade Alta com água do sistema central, e isso já é motivo para ficarmos em alerta. O nível de Chapéu d’Uvas está dentro do esperado para essa época do ano, assim como o da Represa João Penido, que conta com o auxílio da interligação da adutora de Chapéu d’Uvas para que seu volume seja preservado”.
Além disso, como pontua a Companhia, a Estação de Tratamento de Água (ETA) Marechal Castelo está operando com um filtro a menos, em virtude de sua reforma. “Ao todo, seis filtros da unidade serão reformados. A Cesama iniciou os trabalhos em julho, e escolheu o período de inverno exatamente para não causar prejuízos ao sistema, sendo que a ideia é chegar ao período de verão com as obras concluídas e o sistema reforçado”, afirmou.
Conforme a Cesama, manutenções rotineiras, como reparos, substituição de redes de água e manutenção de bombas também acabam interferindo no funcionamento do sistema, especialmente em dias de maior consumo. A Companhia ratifica o pedido de economia de água feito à população, evitando desperdícios até que o sistema esteja regularizado.
Tópicos: previsão do tempo