Região concentra bairros que mais contribuem para a economia

A Barreira do Triunfo ocupa o primeiro lugar, seguida pelo Distrito Industrial e por Dias Tavares na apuração do Valor Adicionado Fiscal (VAF) em Juiz de Fora. Outros sete bairros da região aparecem entre os 20 que mais contribuem para o indicador. Os dados são de 2021


Por Lucimar Brasil

09/09/2024 às 07h00

Entre os vinte bairros de Juiz de Fora que mais contribuem para a apuração do Valor Adicionado Fiscal (VAF), dez estão localizados na Zona Norte da cidade, sendo que três deles ocupam as primeiras posições do ranking. De acordo com dados da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo, da Inovação e Competitividade (Sedic), a Barreira do Triunfo ocupa o primeiro lugar, seguida pelo Distrito Industrial e por Dias Tavares.

Benfica, considerada pelos moradores como “a capital da Zona Norte”, aparece na quinta colocação. Entre os cinco primeiros lugares, apenas uma localidade não está na região: o Centro da cidade. O destaque também vai para os bairros Industrial (8º), Santa Cruz (13º), Nova Era (15º), Milho Branco (16º), Barbosa Lage (19º) e Fontesville (20º).

Regiao Norte

Para cada município, o VAF corresponde ao valor econômico/financeiro equivalente à diferença apurada entre as saídas e as entradas de mercadorias, e/ou prestações de serviços de transportes (intermunicipal interestadual/internacional) e de comunicação nos estabelecimentos situados em seu território. Atividades essas que constituem fato gerador do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os números em Juiz de Fora confirmam que a Zona Norte é a região que concentra o maior Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, as maiores riquezas.

A sanção da Lei Municipal 14.746, que adéqua a cidade ao Novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação e ao Novo Marco Legal das Startups, ambos em âmbito nacional, promete incentivar e estimular ainda mais a economia da Zona Norte, a partir do Sistema de Inovação de Juiz de Fora, que tem o intuito de “apoiar mecanismos de inovação, aumentando a competitividade e a cooperação entre startups, empresas sustentáveis, negócios de baixo impacto socioambiental, redes de produção local e cooperativas de base tecnológica”. A lei também criou o Fundo Municipal de Desenvolvimento da Inovação (FMDI).

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Ignácio Delgado (Foto: Carlos Mendonça/PJF)

Para o titular da Sedic, Ignácio Delgado, os mecanismos legais são um conjunto de estímulos e visam dar ordenamento, para que o crescimento urbano não fique disfuncional, permitindo, por exemplo, que seja possível as pessoas morarem próximas a seus locais de trabalho. Muitas vezes este planejamento é orientado pela própria dinâmica que a cidade organicamente já apresenta. No caso específico da Zona Norte, o recém-criado Corredor Tecnológico Norte tem como marco o Moinho, localizado no bairro Francisco Bernardino, em uma região mais domiciliar, e se estende até o Distrito Industrial, às margens da BR-040.

“O Moinho, que é um centro de inovação, abriga e tende a abrigar, cada vez mais, empresas intensivas em tecnologia ou o que chamamos de empresas portadoras de futuro. Elas se valem de tecnologias de última geração, de realidade aumentada, inteligência artificial, enfim”, observa Ignácio.

A Zona Norte, que também conta com o minidistrito industrial do Milho Branco, assiste à chegada de empresas do segmento de novas energias, como a usina de biocombustível a partir do óleo de cozinha, e a produção de energia fotovoltaica pela MTR-Arcol, que, recentemente, anunciou investimento de R$ 30 milhões no Distrito Industrial.

Sobre os aspectos orgânicos que vão moldando a cidade, o secretário Ignácio Delgado chama atenção para os reflexos da abertura da Via São Pedro. “O Expominas que parecia algo longínquo, agora está mais perto. A mudança ainda não se completou, mas quando isso ocorrer, vamos ter essa ambiência, que vai do Moinho ao Distrito Industrial, do Distrito Industrial até a Universidade, passando pela área do Parque Tecnológico, em frente ao Expominas. Imagino que a cidade vai se dinamizar muito nessa região e com uma conexão muito mais fluida”, explica.

“Nós vamos encontrar outros caminhos que não apenas aqueles com os quais a gente operou a vida inteira, que acabam criando um sistema de mobilidade muito pesado se sempre passar pelo centro da cidade. Muitos outros caminhos estão se abrindo para criar maior integração”, aposta Ignácio.

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