Acidentes de trânsito danificam quase dez postes da Cemig por mês
Levantamento da empresa contabiliza 118 ocorrências no ano passado em Juiz de Fora, 12 a mais do que em 2021; só até março deste ano já houve mais 22 casos
Quase dez postes da Cemig foram atingidos por mês, em média, no ano passado em acidentes de trânsito registrados em Juiz de Fora. O levantamento da companhia ainda aponta que essas ocorrências em 2022 estiveram 11,3% acima dos 106 casos do tipo contabilizados em 2021. Só neste ano, já houve mais 22 sinistros envolvendo as estruturas de suporte elétrico, segundo estatística apurada até o dia 27 de março. Em Minas Gerais, a média é de dez postes derrubados por colisões de veículos diariamente, enquanto na Região Metropolitana de Belo Horizonte cerca de três postes são danificados todos os dias pela mesma causa.
Além dos prejuízos ocasionados ao tráfego e ao fornecimento de energia, muitos acidentes também resultam em vítimas. Uma das batidas mais recentes deixou três pessoas feridas, no dia 14 de março, na Avenida Deusdedit Salgado, no trecho entre os bairros Teixeiras e Salvaterra, Zona Sul. Segundo o registro policial, um motorista, de 20 anos, relatou que seguia sentido Centro/BR-040, em velocidade compatível com a via, quando perdeu o controle direcional do veículo próximo a um hotel, saiu da pista e atingiu um poste de iluminação pública, que tombou sobre a via oposta.
O Corpo de Bombeiros chegou a ser mobilizado, mas o jovem procurou atendimento médico por meios próprios. Um motociclista, 33, que seguia em direção ao Centro, foi surpreendido pela queda da estrutura no asfalto e não conseguiu desviar. Ele sofreu lesões e foi socorrido ao HPS por uma ambulância. Outro condutor de moto, 39, trafegava pela Deusdedit e também caiu após bater no poste atravessado na via. Devido aos ferimentos sofridos, ele foi conduzido ao mesmo hospital pelo Resgate. O equipamento urbano foi retirado da avenida por agentes de trânsito.
Na manhã de 25 de março, uma batida deixou um poste inclinado no Acesso Norte, na altura do Bairro Industrial. O motorista do carro envolvido precisou ser encaminhado pelo Samu a uma unidade hospitalar.
Em 14 de fevereiro, a colisão de um automóvel contra o mesmo tipo de estrutura interditou uma faixa da Avenida Rio Branco, no Centro, sentido Bom Pastor, e deixou o trânsito lento. Conforme a Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU), o sinistro impactou o tráfego até a região do Bairro Manoel Honório. O motorista, 45, foi encaminhado a um hospital particular.
Um dia depois, outro carro derrubou um poste na Avenida JK, próximo ao 27º Batalhão de Polícia Militar, no Bairro Santa Lúcia, Zona Norte. Segundo a SMU, o trânsito chegou a ficar em meia pista sentido Centro e foi liberado após a estrutura tombada ter sido colocada junto ao canteiro central.
O mesmo trecho da Avenida JK já havia sido palco de outra ocorrência semelhante no dia 10 de fevereiro, quando o trânsito precisou ser interditado em direção ao Centro. De acordo com informações da Polícia Militar, um automóvel trafegava pela JK sentido Benfica quando o motorista teria perdido o controle direcional. O veículo subiu no canteiro central, chocando-se contra um poste de iluminação pública, que caiu sobre a pista oposta. Não houve vítimas. No momento da batida, um caminhão que estava descendo a via para o Centro acertou a lateral do carro, que ficou com a parte traseira completamente danificada.
Ainda em fevereiro, no dia 13, outro equipamento urbano que sustenta a rede elétrica foi ao chão na Rua Professor Francisco Sobral, no Bairro Mundo Novo, Zona Sul. Não houve feridos, mas a SMU informou que o acidente causou mudança no tráfego de veículos na região, com bloqueio na via, onde a estrutura ficou atravessada, e também na Rua Doutor Luiz Antônio Vieira Pena.
Em mais uma ocasião neste ano, em 20 de janeiro, uma mulher, 26, ficou ferida após um poste cair sobre o automóvel que ela conduzia em batida na Avenida Deusdedit Salgado, no Bairro Cascatinha, Zona Sul. O trânsito chegou a ser fechado em direção ao Salvaterra. A vítima foi socorrida pelo Resgate até a Santa Casa.
Causador de acidente tem até 60 dias para ressarcir danos
O motorista que causar acidentes com prejuízos à rede elétrica tem prazo de até 60 dias para ressarcir a companhia energética. “Somente a estrutura do poste custa, em média, cerca de R$ 4 mil. Esse valor pode subir para até R$ 10 mil em caso de danos a equipamentos, como transformadores e religadores”, avalia a Cemig.
Segundo a companhia, quando um poste é danificado, uma equipe de emergência é deslocada para avaliar a situação e definir as ações que deverão ser realizadas. “Geralmente, os serviços são complexos e demandam tempo e diversas equipes, pois envolvem o isolamento da área afetada, a retirada do veículo e a substituição ou reconstrução do poste quebrado e da rede elétrica”, explica.
Sobre as dúvidas em relação aos procedimentos paliativos adotados pela companhia para restabelecer a energia o mais rápido possível, a empresa pontua que, em diversas ocorrências, apoia temporariamente, com uma peça de madeira, o poste derrubado pela colisão de veículos. “É importante esclarecer que esse procedimento técnico é totalmente seguro e deixa a estrutura com resistência semelhante ao estado original. Geralmente, essa decisão é tomada por ser inviável a troca do poste naquele momento, devido às condições do local da colisão, maior tempo para a substituição definitiva e necessidade de liberação da via pelas autoridades de trânsito.”
A Cemig afirma providenciar com agilidade o agendamento da troca do poste. Nessa etapa da substituição, todos os clientes afetados são avisados sobre a interrupção no fornecimento de energia para a realização do serviço. “Além disso, é necessário fazer contato e alinhar com as empresas de processamento de dados – como telefonia, TV a cabo e internet -, que devem regularizar a fiação de sua responsabilidade que porventura tenha sido danificada pela ocorrência.”