Lula busca time de confiança
“Falta a vibração do PT, um partido que encolheu, e sobra a ganância dos novos apoiadores em quem Lula não confia muito”
Os últimos resultados de pesquisas, mostrando a queda de prestígio do governo e da liderança do presidente Lula, acordaram petistas e aliados. O Lula do terceiro mandato tem se mostrado bem diferente do político vibrante e aberto dos mandatos anteriores, quando demonstrava mais gana, mais vibração e vontade política de realizar aquilo que defendia como sindicalista. Nos dois primeiros anos do terceiro mandato foi um Lula diferente, sem vibração que pouco se mexeu, que pouco se abriu para encontros com empresários e trabalhadores. Um Lula mais caseiro, digamos assim. Os números das pesquisas- alguns estranhos, reconheçamos- retratam este retraimento político. Para muitos, esta postura pela insegurança nos apoios que o governo tem. Falta a vibração do PT, um partido que encolheu, e sobra a ganância dos novos apoiadores em quem Lula não confia muito. Esta tese vai se mostrando correta com a tentativa do presidente de trazer de volta ao palanque alguns de seus velhos apoiadores e amigos. Gente como o senador Jacques Wagner, um petista da boa cepa, dos poucos amigos da confiança irrestrita do presidente e que dizem a ele a verdade, mesmo que ela não seja do agrado do amigo. E Lula anda precisando disso. Cercado por uma oposição agressiva e por apoiadores gananciosos, o presidente, que já se assumiu em campanha por um quarto mandato, certamente vai precisar de apoios seguros, de gente que tenha condições e disposição de falar com ele no mesmo tom. Enfim, gente de tenha liberdade e coragem de dizer que ele está errado e propor a correção. Mas Lula, se pensa mesmo em reeleição, precisa de mais. Precisa de gente competente que administre, que execute os planos de governo. Que lidere mudanças. A ida de Alexandre Padilha para o Ministério da Saúde é uma decisão acertada de Lula. Padilha é médico, já ocupou anteriormente o Ministério da Saúde e tem ótimo relacionamento no Congresso. Mas outras mudanças precisam ser feitas. A receita é simples. Se as coisas começarem a dar certo, os que hoje são de oposição – exceto, claro os que têm alguma consistência política, que são poucos- pulam a cerca e vêm apoiar. É assim que a coisa funciona. Alguém duvida?
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