O Brasil e o mundo em meio a Trump 2.0

“Com o tempo e a futura posse de Trump, espera-se que a relação Brasil-Estados Unidos esfrie”


Por Lucas Loeblein, advogado

14/11/2024 às 06h00

Com a vitória de Donald Trump sobre a democrata Kamala Harris nas eleições dos Estados Unidos, a direita mundial renovou seu capital político. Reflexos serão percebidos em todas as nações ao redor do globo, incluindo o Brasil. Por aqui, apesar das projeções indicarem troca de farpas entre os governantes, há que se reconhecer o gesto do presidente Lula em, rapidamente, parabenizar o republicano que saiu vencedor do pleito eleitoral.

Com o tempo e a futura posse de Trump, espera-se que a relação Brasil-Estados Unidos esfrie. Não obstante, especialistas em política internacional de todo o mundo ressaltam que, a partir da eleição do republicano, a China e a Rússia tendem a aumentar suas influências sobre o sul global, em especial o Brasil, haja vista as evidentes diferenças de pensamento entre Lula e Trump, que tenderão a se acentuar conforme o passar do tempo. No Brasil, por exemplo, de pronto foi percebida uma disparada do Dólar, indicativo da reação nervosa do mercado de câmbio.

No que tange à diplomacia, o ideal é que a relação de parceria comercial seja não somente mantida, mas também ampliada. Trump e Lula, apesar das divergências públicas, sabem do potencial econômico-financeiro que o mercado de exportações e importações entre os dois países possui. Mais do que isso: Trump precisará dar o braço a torcer se quiser manter a influência americana sobre as terras tupiniquins, sob pena de, diante de seus olhos, a China inundar o Brasil com investimentos pesados, de modo a ampliar sua participação no mercado nacional.

Por fim, é válido mencionar que a população americana elegendo Trump para um segundo mandato demonstra uma nova guinada do ocidente para a direita e a extrema direita, o que merece atenção dos especialistas em política internacional, haja vista que, ao observar as demais grandes nações, nota-se que a extrema direita vem ganhando cada vez mais espaço no pós-pandemia da Covid-19, sinal claro de descontentamento da população que deposita no populismo suas esperanças para uma condição de vida mais barata.

 

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