Aborto e Espiritismo

“Num mundo de provas e expiações, onde a materialidade graceja inconsequente, unir esforços em prol da vida constitui atitude cristã.”


Por Denise Gasparetti Drumond, Comunidade Espírita "A Casa do Caminho"

09/08/2024 às 06h00- Atualizada 09/08/2024 às 07h45

Quando Nicodemos procura Jesus, buscando esclarecimentos sobre como conhecer o Reino de Deus, obtém como resposta que era preciso nascer de novo. Nosso Mestre, categórico, esclarece-nos sobre a reencarnação como o caminho para o progresso e consequente recurso para se alcançar o Reino dos Céus.

Através das vidas sucessivas, vamos palmilhando uma estrada de aquisição de valores espirituais, esses que a traça não destrói e o ladrão não rouba. Esse processo de elevação espiritual não começa no berço e não termina no túmulo.

Uma reencarnação é um processo, cuidadosamente, preparado no mundo espiritual, acertando lugares, pessoas e situações que viveremos ao longo de uma existência. Assistidos por espíritos amigos, atravessamos essa existência, vivendo experiências fundamentais, necessárias, para aquisição de inteligência e burilamento íntimo. Descortinam-se horizontes desafiadores, em que nos defrontamos com colheitas de uma semeadura de frutos doces ou amargos. “A cada um, segundos suas obras”, já nos disse o nosso mestre Jesus.

Entendendo que o processo reencarnatório começa numa preparação no mundo espiritual, com início da vida com a união dos gametas, compreende-se, enfim, que a vida é o primeiro dos direitos naturais do homem e que há crime sempre que transgredimos uma lei de Deus. No Livro dos Espíritos, encontramos na resposta à questão 358, que é criminosa a atitude de impedir uma alma de passar pelas provas, cujo corpo lhe serviria de instrumento. Portanto, o aborto delituoso compromete a expectativa do reencarnante, cuja existência é nulificada e qualifica o reencarnado em ato infeliz e comprometedor, que engendra longo e doloroso processo de reajuste com as leis divinas.

É salutar que ciosos dessas verdades, não nos omitamos ao nos defrontarmos com esses assuntos, pois é importante que nos posicionemos, dando testemunho de nossas convicções, visto que a omissão poderá redundar em mal, e responderemos por esse mal que haja resultado pelo bem que não praticamos.

Num mundo de provas e expiações, onde a materialidade graceja inconsequente, unir esforços em prol da vida constitui atitude cristã. Fiéis ao nosso Jesus, socorramos aflitos e desesperados com a palavra e acolhimento benfazejos, conduzindo almas irmãs em direção ao cumprimento dos seus deveres, esclarecendo-as sobre leis imutáveis, que regem a vida.

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