Encontre a paz
“Falamos tanto na paz, mas na hora de a vivermos com intensidade, não conseguimos, porque queremos que as guerras dos outros terminem, mas continuamos combatendo nas nossas (…)”
A paz, onde ela está? Na verdade, ela não está no fato de não haver guerra, ela está em um patamar muito mais alto do que esse, no respeito entre as pessoas e as nações, cada um fazendo o seu e respeitando o outro, afinal, ninguém é melhor do que ninguém.
Antes de qualquer outra coisa, para ter alguma paz, uma pessoa tem que estar de bem com ela mesma, com suas convicções, crenças e ideias, nada disso pode estar fora do eixo, sem conexão com a sua alma, sem relação com quem ela é de verdade. Ninguém precisa ser, muito menos pensar e viver como o outro, somos livres para pensar e viver como desejamos e não precisamos dar satisfação de nossa vida.
O que acontece é que tem gente que se incomoda com a vida do outro, ou porque ele é feliz, ou porque é rico, ou porque tem muitos amigos, ou porque é famoso, e ele não tem nada disso. Mas se a pessoa lutou para ter o que tem, que o incomodado lute e consiga o que deseja, simples!
A paz existe, apesar das diferenças, fruto do entendimento de que ninguém é igual a ninguém e que a vida que cada um leva é problema de cada um, não de quem acha que deve ter o seu controle, de alguma forma. Quer paz? Busque primeiro sua paz interior, fique em paz com você e assim terá paz na sua vida.
Assim é o amor, ele está dentro de nós, é preciso buscar o amor-próprio antes de amar outra pessoa, ou não será amor, será um verdadeiro suplício para ambos os lados, uma vez que o amor não admite prisão e nem desrespeito, sem amor de verdade não existe a paz entre casais, amigos e vizinhos.
Não precisamos concordar em tudo, com todo mundo, acho isso muito difícil, não impossível, pois existe quem se encaixa, como uma luva na mão, com outras pessoas, são espécimes raros de humanos, que respeitam opiniões, divergem, sim, mas com respeito e sem imposição de suas ideias.
Hoje vemos que muita gente despreza até familiares por discordâncias políticas e outras tantas, por isso vivem em pé de guerra, defendem com toda força quem se preocupa somente com o poder e com eles mesmos e se esquecem de que os mandatos terminam um dia, vidas encontram seu final. Depois, quando já é tarde, bate o remorso de não ter pedido perdão no momento certo e nem de ter perdoado quando deveria, resta entender que não adianta chorar quando não tem mais jeito.
Falamos tanto na paz, mas na hora de a vivermos com intensidade, não conseguimos, porque queremos que as guerras dos outros terminem, mas continuamos combatendo nas nossas, sem trégua e cada vez mais violentos. Olhamos para os outros e esquecemos que nós também somos bélicos de alguma forma, mas não damos o braço a torcer, preferimos torcer os braços alheios.
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