Dias melhores no esporte?
Apesar de investimentos e resultados esportivos recentes, a falta de credibilidade ainda segura um olhar mais otimista para o futuro do esporte em Juiz de Fora
Há quanto tempo não olhamos, de forma macro, para o esporte de Juiz de Fora com esperança? Pelas conversas com leitores e alguns gestores de agremiações e projetos locais, a falta de investimento em todas as camadas e modalidades esportivas e as campanhas ruins no futebol profissional descredibilizaram, com o passar dos anos, o que é feito e, principalmente, o que pode e deve ser realizado pelos esportes na cidade. A caminhada se tornou mais longa. Por outro lado, a necessidade de capacitação e profissionalismo, que já deveria ser obrigatória, ganhou ainda mais importância no processo de obtenção de parceiros e de sustentabilidade.
Mas o momento pede um pouco de otimismo, com base nas notícias publicadas recentemente pela Tribuna, dos novos resultados esportivos do JF Vôlei – conquistados com méritos na gestão profissional – às programadas melhorias em campos de várzea e à injeção do bolsa-atleta. É tempo de, mais uma vez, nos desarmarmos da ligação com fracassos no futebol para monitorar e cobrar as ações já firmadas em contrato com o Município.
Como exemplo de motivo de otimismo e necessidade de acompanhamento, há a notícia desta quinta-feira publicada no jornal, sobre a definição da empresa vencedora do processo licitatório para a construção de um complexo esportivo na Zona Norte de Juiz de Fora, onde passaram e existem dezenas de talentos e centenas de jovens que têm no esporte um pilar educacional. O retorno à sociedade, dessa forma, tem muito mais chances de acontecer.
O espaço, de três mil metros quadrados, fica no Bairro Amazônia, que vai receber um campo society, meia quadra de basquete e estrutura para o lazer de crianças, além de pista de caminhada. Isso se soma às revitalizações dos campos de várzea de Cerâmica, Linhares, São Benedito e Granjas Bethânia e Dom Bosco – todas previstas para avançarem nos próximos meses.
Os investimentos no esporte de base e na base do esporte devem ser acompanhados de perto pelo poder de transformação de comunidades e do futuro de crianças e adolescentes. O JF Vôlei, por exemplo, trabalha, há anos, com fortalecimento da base do projeto e iniciação esportiva para ter, depois, sustentabilidade no topo da pirâmide, que é o time profissional em uma, talvez utópica, consistência na Superliga A.
Precisamos de mais campos e quadras estruturados nos bairros de Juiz de Fora para receber projetos sociais e eventos das próprias comunidades. E alguns passos estão sendo dados. Agora, é acompanhar, cobrar e sempre ouvir a população. Depois, sonhamos com SAFs e gestões profissionais no futebol – iniciativas privadas. Ainda há muito o que ser feito por dias melhores no esporte.