‘Janeiro Branco’ e a saúde mental em pauta

Mês de conscientização é motivo para destacar prevenção ao adoecimento emocional


Por Tribuna

12/01/2025 às 06h00

A “ansiedade” foi eleita a palavra do ano de 2024 no Brasil em pesquisa realizada pela Cause, em parceria com o Instituto de Pesquisa Ideia e a plataforma PiniOn. O levantamento foi mais um sinal da preocupação da população brasileira com os transtornos causados pela ansiedade e sinaliza um maior entendimento sobre o tema, que é colocado em destaque durante o “Janeiro Branco”, mês de conscientização sobre a saúde mental.

A preocupação com a saúde emocional não é sem motivo. No Brasil, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 11 milhões de pessoas sofrem com depressão, enquanto boa parcela da população lida com transtornos ligados à ansiedade. Os dados constam em matéria da repórter Elisabetta Mazocoli, publicada na edição da Tribuna deste domingo (11).

Como alertado na reportagem, a piora na saúde mental é impactada por diferentes fatores e tem na digitalização da vida cotidiana um ponto de atenção especial. Estudo da UFMG divulgado em 2023, inclusive, já alertava para os efeitos maléficos do uso excessivo de telas em diferentes gerações, de crianças a idosos, o que dá indícios do tamanho do desafio que a sociedade tem (e, ao que tudo indica, seguirá tendo) para conter o “mal do século”, como classificado pela própria OMS.

Para uma questão complexa, as iniciativas para mitigação devem estar à altura do problema e precisam envolver diversos agentes da sociedade. Pais e responsáveis são essenciais para monitorar a utilização que crianças e adolescentes fazem das redes sociais, sem perder os cuidados com a própria saúde mental. Também é uma questão de Estado, uma vez que os espaços de saúde devem estar preparados para acolher pacientes com transtornos emocionais e promover ações de conscientização e prevenção.

O primeiro passo foi dado: a população colocou a saúde mental na pauta, como indicou a pesquisa que elegeu “ansiedade” como a palavra de 2024. Reconhecer o problema, contudo, é apenas um dos estágios para que seja alcançada a sua solução. O caminho ainda é longo até que o “mal do século” tenha sua capacidade destrutiva minimamente diminuída.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.