MP investiga uso de parlatórios por advogadas ligadas ao Comando Vermelho em Muriaé
Operação Desordem apura intermediação de comunicação ilícita entre presos e o exterior
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e das Promotorias de Justiça de Muriaé, realizou uma operação na Penitenciária Doutor Manoel Martins Lisboa Júnior, em Muriaé, a cerca de 160 quilômetros de Juiz de Fora. A ação visa apurar o uso indevido de parlatórios por advogadas supostamente vinculadas à organização criminosa Comando Vermelho.
De acordo com as investigações da operação, batizada de ‘Desordem’, as profissionais utilizaram de forma sistemática sua prerrogativa de acesso ao parlatório para intermediar comunicações ilícitas entre presos e pessoas fora do sistema prisional. A prática tinha como objetivo manter as atividades criminosas da facção, como tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e atos violentos.
Com base nas provas reunidas, o MPMG solicitou e obteve mandados de busca e apreensão nos endereços das investigadas e nas celas dos detentos envolvidos. Durante as diligências, foram apreendidos celulares, documentos e dispositivos eletrônicos que podem confirmar o uso indevido das prerrogativas da advocacia.
A Justiça também determinou, de forma cautelar, a suspensão temporária do direito das advogadas de realizarem atendimentos presenciais no presídio. A medida tem o objetivo de interromper o fluxo de comunicação entre a organização criminosa e o meio externo.