Sinpro pede ajuda da Câmara nas negociações
A greve dos professores municipais completa dois meses hoje, mas o impasse parece longe de uma solução. Na última rodada de negociação entre Sindicato dos Professores (Sinpro) e Prefeitura, as conversas esfriaram após os grevistas reforçarem os pleitos que levaram a categoria à paralisar as atividades: a retirada do artigo 9º da Lei 13.012/14 e o reajuste linear de 13,01%, índice utilizado pelo Ministério da Educação (MEC) para a correção do piso da categoria. Diante de um cenário em que o Executivo considera ter chegado ao limite na última das seis propostas apresentadas, os docentes voltaram a recorrer à Câmara em busca de apoio político.
Ontem à tarde, dezenas de manifestantes ocuparam o Palácio Barbosa Lima, enquanto uma comissão de seis professores era recebida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Mattos (PSDB), e os vereadores Chico Evangelista (PROS), José Emanuel (PSC) e José Márcio (PV). Os grevistas pediram que o Legislativo voltasse a assumir papel mediador. Durante a atual paralisação, a Casa chegou a fomentar um encontro extra-oficial entre as partes. Dessa vez, a solicitação foi a de que os vereadores estivessem presentes na próxima reunião com a PJF, que ainda não tem data definida.
Diante da movimentação, Rodrigo assinou ofício pedindo ao prefeito Bruno Siqueira (PMDB) a participação de uma comissão formada por três parlamentares nas próximas reuniões. Ao final da noite, a Administração informou que ainda não havia sido notificada do pleito do Legislativo. Durante as conversas com os grevistas, foi ventilada ainda a possibilidade de que os vereadores solicitassem ao Executivo o encaminhamento de uma mensagem tratando da retirada do artigo 9º. O intuito, por ora, permanece no campo das conjecturas.
Após as conversas, Rodrigo colocou a Mesa Diretora à disposição para ajudar nos esforços para equacionar o impasse. “A greve chegou a um ponto que precisa de uma solução rápida. É uma das maiores paralisações da história, que prejudica muitas famílias.” Representantes dos docentes consideraram o encontro positivo pelo fato de alguns vereadores já admitirem a possibilidade de defender a retirada do artigo 9º, que integra texto de autoria do Executivo aprovado pela Casa no ano passado.
Pai de dois estudantes da Escola Municipal Cássio Vieira Marques, o servidor público Wellington Teixeira Novaes, 31 anos, protocolou ontem junto à Promotoria de Defesa da Infância e Juventude uma carta que pede a intermediação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) nas negociações entre a PJF e o Sinpro. Ainda não há previsão de análise do documento, já que a promotoria está vaga. De acordo com a assessoria do MPMG, a promotora Carolina Andrade Borges de Mattos será a nova titular e deve assumir os trabalhos na próxima segunda-feira.