Advogado de Adelio nega pagamento de igreja

Defensor do homem que esfaqueou Jair Bolsonaro em JF afirma que grupo de quatro advogados está sendo financiado por um único familiar


Por Tribuna

08/09/2018 às 16h10- Atualizada 08/09/2018 às 16h12

O advogado de defesa de Adelio Bispo de Oliveira, que esfaqueou o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) em Juiz de Fora na última quinta-feira (6), Pedro Augusto de Lima Felipe e Possa, nega que o grupo de defesa do agressor, formado por quatro defensores, esteja sendo pago por uma congregação religiosa. Em entrevista à Tribuna, ele afirmou que os recursos são provenientes de um único familiar, que prefere não se identificar por medo de represálias.

Pedro Possa explicou, por telefone, que a sua indicação e a de Marcelo Manoel da Costa, ambos do mesmo escritório de Barbacena, se deu por um membro de uma congregação religiosa da qual o parente de Adelio faz parte. “Não estamos sendo pagos por partido político nenhum”, reforça Possa, rejeitando afirmações que dão conta do envolvimento de algum grupo ou partido político no trabalho da defesa.

Possa e Costa indicaram Zanone Manuel de Oliveira Júnior e Fernando Costa Oliveira Magalhães, criminalistas reconhecidos de Belo Horizonte, para compor o grupo de defesa. Em 2010, Zanone esteve envolvido em outro polêmico caso, defendendo o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, famoso pelo apelido “Bola”, condenado a 27 anos de prisão pelo assassinato da modelo Eliza Samudio, mãe do filho do goleiro Bruno. Segundo Possa, Adelio não sofreu nenhuma ameaça direta até o momento, mas sua transferência responde a um desejo da própria defesa, que teme pela segurança do homem de 40 anos.

Sobre a faca

Questionado sobre a posse da faca, o advogado de defesa Pedro Possa afirmou que a arma era de seu cliente, Adelio Bispo de Oliveira, que a guardava no quarto alugado em uma pensão no Bairro Santa Helena, região central. De acordo com o defensor, o homem mantinha o objeto junto de outros pertences que usava para se alimentar. “Ela não foi comprada com essa finalidade”, afirmou Possa, reforçando que a motivação de Adelio seria os constantes discursos do político em desfavor das populações negra, homossexual ou feminina. “Ele (Adelio) nega a todo momento (que tenha sido contratado para o crime). Não tem mando de ninguém e a participação de nenhuma pessoa. Trabalhamos com essa ideia”, pontuou Possa.

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