Municipal deve voltar a receber público; evento impedirá uso do estádio em maio
Após laudos vencidos, PJF encaminha documentos à FMF, mas notifica clubes sobre a impossibilidade de utilizarem o espaço em parte do Módulo II por reserva para evento cultural
Após quase dois anos sem receber uma partida de futebol com presença de público (a última ocorreu em março de 2020), o Estádio Municipal Radialista Mário Helênio só depende da validação do Ministério Público (MP) para poder sediar eventos com as arquibancadas ocupadas mediante a obediência dos protocolos sanitários no combate à pandemia de Covid-19. A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) confirmou à Tribuna que enviou os quatro laudos técnicos necessários para a liberação do principal palco esportivo da cidade à Federação Mineira de Futebol (FMF), que é a responsável por encaminhar esses documentos ao MP.
”A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) informa que os quatro laudos necessários para atender às exigências do Ministério Público (de segurança, de engenharia, de prevenção de combate ao incêndio, além do que assegura as condições sanitárias e de higiene do local) já foram enviados para a Federação Mineira de Futebol (FMF) em dezembro”, declara a PJF à reportagem.
Em concomitância com o relatado pela PJF, a Federação Mineira de Futebol confirma que está toda a operação se desenvolve dentro dos conformes. ”Já encaminharam os laudos para o responsável do setor de estádios da FMF. Na quarta-feira (23) teve o Conselho Técnico e só nesse dia os clubes anunciaram os estádios que vão jogar”, acrescenta a entidade mineira. Como destacado, Tupi e Tupynambás confirmaram, no arbitral do Módulo II, que desejam atuar no Estádio Municipal durante o Módulo II, com previsão de iniciar em 27 de abril. Da dupla juiz-forana, apenas o Galo Carijó confirmou que irá vender ingressos, enquanto o Leão do Poço Rico deverá manter os portões fechados para diminuir os prejuízos financeiros com a realização dos embates como mandante.
Em 2021, o Manchester Futebol, nova equipe profissional de Juiz de Fora, deixou de receber torcedores na reta final da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro pelo vencimento do laudo de prevenção e combate a incêndio do palco esportivo.
Questionada pela reportagem sobre a falta da validação dos laudos na época, já que, de acordo com a PJF, eles foram enviados em dezembro, a FMF reitera que o processo comporta mais de uma parte. ”Tem a vistoria (realizada no fim de 2021), eles apontam o que precisa ser ajustado, o clube ajusta. Depois disso, é necessária mais uma vistoria, e só após essa validação, se estiver tudo certo, os laudos são encaminhados para o MP validar e liberar”.
Evento barra Baeta e Tupi por 13 dias
Por conta de um evento cultural, que será realizado no Estádio Mário Helênio entre os dias 8 e 20 de maio, também confirmado pela Prefeitura à Tribuna, tanto Tupi quanto o Tupynambás serão impedidos de atuar como mandantes no aparelho esportivo por até quatro partidas do Módulo II do Campeonato Mineiro.
O Galo Carijó, durante coletiva realizada na manhã de sexta-feira (25), afirmou que foi pego de surpresa com a notificação da Prefeitura na noite de quinta (24), e ainda irá buscar reverter a decisão para que realize as partidas no Estádio. A diretoria alvinegra lamentou também o prejuízo financeiro projetado com a necessidade de levar as partidas que tiver como mandante para outro município, visto que, inicialmente, Juiz de Fora não possui um estádio que esteja regularizado para receber partidas oficiais da FMF com a presença de torcida. Até a edição desta matéria, o clube ainda não tinha um segundo local de preferência definido para levar suas partidas do estadual.
Da mesma maneira, o Tupynambás não esperava ter que mandar os jogos em outro local com o mando de campo assegurado. ”Recebemos a notificação na quinta, às 16h40. Mas só tomei conhecimento na sexta, depois do Jeferson Vitor (vice-presidente de Futebol do Tupi) entrar em contato comigo. Isso é simplesmente inacreditável. Todos envolvidos com o esporte local sabiam que o arbitral do Módulo II seria na quarta-feira e que teria rodadas em maio. Deveríamos ter sido convidados pelo secretário Marcelo (Matta, de Esporte e Lazer da PJF) para uma reunião antes. Faltou sensibilidade. O Módulo II é o campeonato mais importante do ano e nenhum outro evento, na minha visão, poderia impedir a realização dos jogos no Estádio Municipal em detrimento do estadual sem consultar as duas principais equipes da cidade”, reitera Cláudio Dias, presidente do Baeta, à Tribuna.
”Não temos um plano B ainda. A tabela vai ser divulgada no início desta semana e podemos pagar multa pra trocar o local. A princípio, entendo que quatro rodadas serão prejudicadas, nos dias 7, 11, 14 e 21 de maio. Gera mais despesas pra todos os clubes envolvidos nos jogos também. Se passamos uma partida com o Uberlândia para Muriaé, por exemplo, eles têm que gastar mais com a viagem. Espero que seja revertido. Coloca esse evento em abril, antes do campeonato”, se indigna o mandatário.
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Juiz de Fora esclareceu que a definição quanto a utilização do palco esportivo ocorreu ainda no ano passado. ”A Secretaria de Esporte e Lazer (SEL) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) informa que o Estádio Radialista Mário Helênio entre os dias 8 a 20 de maio tem um compromisso firmado, ainda em 2021, para a locação do espaço para a realização de um evento cultural. Após o Arbitral do Campeonato Mineiro do Módulo ll, realizado nessa quarta-feira, 23, os clubes foram comunicados pela SEL sobre a possibilidade de realização desse evento, antes mesmo do envio, por parte dos times, do pedido da solicitação do estádio”.
Athletic não pretende mandar jogos em JF
A primeira possibilidade de o Estádio Municipal receber público na temporada em um jogo de futebol profissional poderia ser de um time de outra cidade. Em terceiro lugar do Módulo I do Campeonato Mineiro, o Athletic é um dos clubes favoritos a se classificar para as semifinais da competição. Entretanto, o Estádio Joaquim Portugal, no qual o clube de São João del Rei manda seus jogos, não possui estrutura suficiente para receber a tecnologia do árbitro de vídeo, que passará a ser utilizada na fase de mata-mata da competição estadual. Em contato com a Tribuna, a assessoria do clube garante que, em caso de classificação, o Athletic tentará ao máximo sediar os jogos no estádio local.
”Tão logo que conquistarmos a classificação, iremos alinhar junto à FMF (Federação Mineira de Futebol) a possibilidade de adequarmos o Joaquim Portugal para receber a partida da semifinal. Temos uma boa abertura junto à Diretoria de Competições, eles sabem do nosso profissionalismo, portanto, é bem possível que a gente consiga jogar a semifinal (caso o clube avance), na Arena Unimed (Estádio Joaquim Portugal)”, define o Athletic.
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