Amigo de Danilo, do Flamengo, lembra da trajetória do defensor: “Nunca desistiu dos sonhos”

Com o atleta de Bicas, rubro-negro enfrenta o Cruz Azul em busca de novo título mundial


Por Mariana Souza*

10/12/2025 às 06h00

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Autor do gol do título da Libertadores, Danilo chega à Copa Intercontinental como referência do Flamengo (Foto: Divulgação)

O Flamengo inicia a caminhada na Copa Intercontinental com um objetivo bem definido: voltar ao topo do mundo. Campeão da Libertadores, o time estreia na competição nesta quarta-feira (10), às 14h, contra o Cruz Azul, do México. Para isso, o clube carioca contra com um atleta da região, rubro-negro de coração, que mostrou estrela na decisão da Copa Libertadores.

Entre os jogadores que carregam essa expectativa, Danilo desponta como um dos mais experientes do elenco. Autor do gol do título da Libertadores em Lima, no dia 29 de novembro, o defensor chega ao campeonato com a chancela de decisões no currículo e o status de liderança técnica e emocional do time rubro-negro.

A trajetória que o coloca nesse patamar foi construída, em grande parte, na Europa. No Manchester City, Danilo participou de um ciclo vencedor, com duas conquistas de Premier League e duas Copas da Liga Inglesa nas temporadas 2017/18 e 2018/19. Depois, seguiu para a Juventus, clube que defendeu entre 2019 e 2025. Em Turim, colecionou um Campeonato Italiano (2019/20), duas Copas da Itália (2020/21 e 2023/24) e uma Supercopa Italiana (2020), consolidando-se como peça de confiança em elencos acostumados a disputar títulos.

Foi com essa bagagem que o garoto de Bicas, a 40 quilômetros de Juiz de Fora, desembarcou no Flamengo em janeiro deste ano, para viver um novo capítulo da carreira. Vestindo a camisa do time de coração da família, ele não apenas decidiu a final o gol em Lima, como também protagonizou uma defesa salvadora em finalização de Vitor Roque nos minutos finais, lance que evitou o empate adversário e ajudou a garantir a taça.

Do interior mineiro ao sonho profissional

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Danilo começou na base do Baeta e seguiu para o América -MG junto com o amigo, Davi Costa (Foto: Arquivo Pessoal)

O caminho até esse nível de protagonismo começou cedo, longe dos grandes estádios. Em 2004, ainda adolescente, Danilo encontrou no Baeta a primeira oportunidade em Juiz de Fora. O clube se tornou a base do seu desenvolvimento até 2007, quando uma boa atuação em um amistoso abriu portas para o América-MG. Em Belo Horizonte, ele deu o salto para o profissional, estreando em 2009, durante o Campeonato Mineiro.

Amigo de infância de Danilo, Davi Costa lembra da parceria que começou nos gramados do Baeta e seguiu para além das quatro linhas. “O Danilo e eu rapidamente criamos uma amizade. Lembro que ele chegava cedo ao Tupynambás para treinar, por conta do horário de ônibus que vinha de Bicas. Eu também costumava chegar cedo e, com isso, criamos essa relação rapidamente”, conta.

Na época, ambos com 14 anos, os dois eram os únicos da idade no grupo e se ajudavam para se manter entre os titulares do sub-15.

Davi recorda que a rotina de Danilo era intensa e que algumas vezes abrigou o amigo quando o treino se estendia e o defensor perdia o ônibus. “Quando o treino terminava, muitas vezes já não tinha mais ônibus para voltar a Bicas. Então ele ia para minha casa de bicicleta, dormia lá e, no dia seguinte, retornava para Bicas no primeiro horário de ônibus”, relembra.

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DPara Davi, a determinação sempre fez parte da história do menino de Bicas (Foto: Arquivo Pessoal)

A personalidade que explica o Danilo de hoje

Desde cedo, Danilo já chamava atenção pela qualidade e pela determinação. Davi conta que a força de vontade e a ambição do defensor eram marcas registradas de sua personalidade.

“Danilo, desde que conheci, tinha uma grande força de vontade e ambição de vencer na vida, de poder proporcionar uma vida melhor para a família. Ele sempre foi uma pessoa com sonhos grandes, e se notava que não ia desistir até conseguir. Para ele, não teria outro caminho a não ser vencer”,  afirma.

O relato do amigo ajuda a entender o perfil do jogador que hoje chega ao Mundial como uma das referências do elenco rubro-negro. A mesma ambição que impulsionava o adolescente em Juiz de Fora aparece, agora, na forma de liderança dentro de campo, na serenidade em decisões e na naturalidade com que Danilo assume o protagonismo em jogos grandes.

Referência para jovens

A trajetória em clubes de ponta levou Danilo também à Seleção Brasileira. A primeira chance com a amarelinha veio em 2011, ano em que fez parte do elenco campeão do Mundial Sub-20. No ciclo seguinte, o defensor voltou a viver um grande palco com a seleção de base ao integrar o grupo que conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.

Mais tarde, já consolidado na Europa, passou a frequentar a equipe principal. Esteve nas delegações que disputaram as Copas do Mundo de 2018, na Rússia, e de 2022, no Catar. Sob o comando de Carlo Ancelotti, soma três convocações até o momento e segue no radar para as próximas listas, de olho na possibilidade de disputar mais um Mundial, em 2026.

Para Davi, toda essa caminhada ajuda a dimensionar quem é Danilo hoje, dentro e fora de campo. “O peso de um cara que é ídolo por onde passa, mas que veio do simples, que com muita humildade, esforço e trabalho nunca desistiu de lutar por seus sonhos. É uma inspiração para os meninos, mostra que se pode sonhar: basta acreditar e lutar que as coisas acontecem”, afirma.

Flamengo x Cruz Azul: confira data, horário, local e onde assistir

Data: Quarta-feira (10)

Horário: 14h (de Brasília)

Local: Estádio Ahmed bin Ali, em Doha, no Catar

Onde assistir: TV Globo, Sportv, CazéTV e Fifa+.

*Estagiária sob supervisão do editor Gabriel Silva

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