Capitão da seleção de handebol celebra campanha inédita no Mundial: “A gente sabia do nosso potencial”
Juiz-forano Thiagus Petrus é um dos principais jogadores da equipe que ficou entre as melhores na competição
O Brasil fez história no Mundial Masculino de Handebol de 2025, sediado na Croácia, Dinamarca e Noruega. A seleção alcançou as quartas de final do torneio, melhor resultado já obtido pelo país na competição, com cinco vitórias em sete jogos. Quem foi peça importante desta campanha foi o juiz-forano Thiagus Petrus, armador do Barcelona. Durante todo o trajeto brasileiro na competição, o atleta só não esteve em quadra na partida contra a Espanha, que fechou a segunda fase.
Para Thiagus, o desempenho da seleção brasileira no Mundial foi acima do esperado, com exceção das quartas de final, em que o Brasil foi eliminado pela Dinamarca, que viria a ser a campeã mundial. “Num primeiro momento, a gente conseguiu ter algumas performances muito boas, praticamente em todos os jogos. No final, acredito que tenha sido uma pena que a gente tenha pegado a Dinamarca nas quartas de final, que talvez fosse a seleção mais difícil de ganhar. A gente ganhou de seleções que nunca havia vencido antes, como Noruega, Suécia e Espanha, e esteve bem próximo de ganhar de Portugal também”, avalia o armador.
Em 17 participações em mundiais, até então a melhor campanha brasileira havia sido em 2019, quando ficou na nona colocação. Neste ano, a campanha que parou nas quartas rendeu à seleção a sétima colocação geral, resultado inédito na história da equipe. Apesar de reconhecer que o desempenho do Brasil foi acima do esperado, Thiagus ressalta o equilíbrio entre boa parte dos competidores no cenário mundial. “A gente sabia do nosso potencial, porque, principalmente agora no handebol masculino, França e Dinamarca estão um pouco acima dos demais, e depois tem cerca de 12 seleções que entram nesse grupo intermediário. A gente entra, talvez não nos primeiros intermediários, um pouco abaixo. Por ter tido a Olimpíada no meio do ano, que a gente não foi, e a maioria das seleções que a gente jogou contra foram, acredito que fisicamente eles estavam um pouco mais cansados, e a gente conseguiu ter alguma vantagem”, aponta Petrus.
O juiz-forano destaca como momento mais especial da campanha no Mundial a estreia contra a Noruega, uma das anfitriãs, que o Brasil venceu por 29 a 26. “O jogo foi muito equilibrado, e, no final, quando acho que faltavam dois minutos para acabar, a gente abriu uma vantagem significativa. Foi bem legal aproveitar esse momento, esses últimos dois minutos, e ainda mais jogando contra uma torcida toda da Noruega, foi bem legal, principalmente porque foi o primeiro jogo, e motivou para tudo que veio depois”, afirma o juiz-forano.
Relação e legado para o público
Thiagus reconhece não ter a dimensão da repercussão da campanha do Brasil nas redes sociais por não usá-las com frequência, mas acredita que o carinho da torcida brasileira com a equipe foi gigante. “Eu sei que, por ter passado no Sportv e na Cazé TV, teve um impacto muito maior do que outras competições que simplesmente não têm transmissão, então acho que isso é ótimo para o handebol e para a gente, quem sabe, crescer como esporte e melhorar a modalidade no Brasil”, diz.
Apesar de torcer para que a campanha cative os brasileiros a praticarem a modalidade, Thiagus acredita que, para o esporte crescer no Brasil, serão necessárias outras campanhas. “Vai depender muito da seleção ainda e dos jogadores. Tomara que a confederação possa investir, pelo menos na categoria de base, para a gente ter uma troca dos jogadores que vão ficando velhos e possam manter a seleção nesse nível que a gente chegou hoje”, analisa Petrus.
*Sob supervisão do editor Gabriel Silva
Tópicos: handebol / Thiagus Petrus