Banco Central retoma retirada de valores esquecidos a partir de terça-feira
Nova fase permitirá consultar valores de pessoas falecidas, com acesso para herdeiros e testamentários
Em poucos dias, os brasileiros terão mais uma oportunidade de retirar o dinheiro que ficou esquecido em alguma instituição financeira. O Sistema de Valores a Receber (SVR) será reaberto na próxima terça-feira, dia 7 de março, às 10h, pelo Banco Central (BC). O anúncio foi feito nesta semana.
A consulta já está disponível no site do BC. Por lá, é possível saber se existe algum valor que ficou esquecido em um banco, consórcio ou outra instituição, bastando informar o CPF e a data de nascimento, no caso de pessoa física, ou o CNPJ e a data de criação da empresa, no caso de pessoa jurídica. Porém, a retirada desse dinheiro, assim como a consulta do montante real, só estará disponível a partir do dia 7. Conforme o SVR, existem R$ 6 milhões para serem sacados por 38 milhões de CPFs e 2 milhões de CNPJs. Para receber o montante, é preciso ter conta no sistema Gov.br nível prata ou ouro.
É a segunda vez que o serviço é aberto ao público. Em 2022, o sistema chegou a sair do ar por conta do fluxo intenso de acessos. Por conta disso, neste ano, o Banco Central antecipou o período de consulta para evitar a sobrecarga. Além disso, foi criada uma sala de espera virtual para facilitar o acesso. Outra novidade é a consulta a valores esquecidos por pessoas que já faleceram. Nesse caso, o dinheiro poderá ser retirado apenas por herdeiros ou testamentários.
Conforme a instituição, mesmo aqueles que não tinham dinheiro esquecido na primeira etapa ou tenham encontrado apenas centavos, podem ter valores a resgatar nesse novo lote. Isso ocorre devido a disponibilização de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR, ampliando a possibilidade de valores a receber. O BC ainda garante que o valor ficará guardado até que a pessoa faça a solicitação de resgate.
Haverá também informações sobre contas conjuntas solidárias. Se um dos titulares solicitar o valor via SVR, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações da solicitação: valor, data e CPF de quem solicitou. Além disso, nessa nova versão, o usuário deverá necessariamente selecionar uma de suas chaves Pix se quiser solicitar o resgate de valores diretamente via SVR. Na versão anterior, ele podia informar dados de contato, sem indicar a chave Pix. Segundo o BC, em muitos casos, porém, os usuários não atendiam aos telefonemas nem respondiam às mensagens das instituições, com receio de golpes. Para aqueles que possuem conta em uma instituição que não celebra o termo de adesão com o BC, ou não têm chave Pix, ainda é possível entrar em contato diretamente com os canais informados no sistema.
O que fazer até o dia 7?
Para não sobrecarregar o sistema, o BC recomenda que a consulta seja feita antes do dia 7 de março, para saber se há ou não valores a retirar. Sendo assim, apenas quem possui algum dinheiro esquecido precisará voltar à plataforma na próxima semana para solicitar o saque. Caso o BC afirme que há dinheiro a ser retirado, o primeiro passo é garantir uma conta nível prata ou ouro. O selo é exigido pela autoridade monetária para liberar a transferência do dinheiro. Quem ainda não fez a inscrição no sistema pode acessar o site sso.acesso.gov.br ou baixar o aplicativo Gov.br para se registrar. Quem já tem conta precisa checar o nível para saber se é necessário fazer a elevação.
Atenção a golpes
É importante ficar atento a tentativas de golpes. O Banco Central não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais. Somente a instituição que aparece no Sistema de Valores a Receber é que pode contatar o cidadão e ela nunca vai pedir senhas.
“Sabemos da criatividade das pessoas quando o assunto é aplicar golpe, ganhar dinheiro fácil. Com o Valores a Receber, essa criatividade vem sendo multiplicada desde o seu lançamento, no início do ano passado. Reforçamos a mensagem de que o único site sobre o assunto é o valoresareceber.bcb.gov.br”, ressalta Marcelo de Mendonça Virgílio, do Departamento de Atendimento ao Cidadão (Deati) do Banco Central. “Também não é necessário nenhum pagamento de taxa, antecipada ou não, em nenhum momento do processo, pois o serviço é totalmente gratuito”, completa.