Miss Pernambuco é a grande vencedora do Miss Brasil Gay 2019
Candidata concorreu com outras 26 desfilando com traje típico e de gala, em noite que teve show de Pabllo Vittar
Antonia Gutierrez, de Pernambuco, é a nova Miss Brasil Gay. A candidata arrebatou a plateia e os jurados com seu desfile em traje de gala e típico, e recebeu das mãos da vencedora de 2018, Yakira Queiroz, a coroa e a faixa que marcam o seu reinado com o novo título. O segundo lugar ficou para Radha Vasconcellos, Miss São Paulo, e a Miss Mato Grosso, Jennifer Lizz, ficou em terceiro lugar.
A Miss Roraima, Narrasha Delatorre, foi eleita Miss Simpatia pelas outras concorrentes. Já a Miss Júri Popular, escolhida pelo público por meio de votação on-line, foi a Miss Rio Grande do Sul, Camila Duarte.
Ao se despedir do reinado, antes da coroar a nova eleita, a Miss Brasil Gay 2018 Yakira Queiroz agradeceu: “Foram momentos incríveis, eu pude amadurecer demais, foram diversos desafios, mas o mais incrível é porque através desses desafios é que nós percebemos o quanto somos capazes, o quanto temos potencialidades e o quanto podemos vencer. Esse evento é grandioso, deve sim continuar, é um ato de resistência, de existência, porque a gente reflete o amor. A miss não é somente a estética, a beleza, mas eu sou uma porta voz, e através da minha identidade visual, da minha personagem, eu posso motivar diversas pessoas a estarem aqui e vencerem como eu venci.”
Outro grande momento da noite, que levou o público às forras no Terrazzo, foi o show da drag queen e diva pop Pabllo Vittar, que cantou diversos sucessos, como o hit atual “Flash pose”, e outros como “K.O.”, “Seu crime”, e “Sua cara”. Em entrevista à Tribuna momentos antes do show, a cantora revelou qual é a representatividade de ser artista, brasileira, LGBT e fazer sucesso em todo o mundo.
“É muito grande, porque a gente leva os nossos sonhos, os nossos engajamentos, e também leva toda uma mensagem por trás do nosso trabalho. É uma mensagem de respeito, de aceitação e naturalização de quem somos, e tem uma galera incrível aí também que precisa ouvir essa mensagem. Então é bem legal estar aqui (no Miss Gay 2019)”, disse a cantora.
O evento também teve apresentações glamorosíssimas de outras performers, em uma linha cronológica que remetia a ícones LGBTQ+ de diferentes períodos históricos.
Jurados
O corpo de jurados que avaliou as 27 candidatas (uma para cada estado, mais o Distrito Federal) teve a presença de nomes como o deputado federal David Miranda, os carnavalescos Milton Cunha e Edson Pereira, o influenciador LuhSicchierolli e os estilistas Dudu Bertholini e Walério Araújo. A noite teve como mestres de cerimônia a dupla Sheila Veríssimo (Miss Brasil Gay 2013) e o ícone Ikaro Kadoshi (apresentador do programa “Drag me as a Queen”, do canal E!).
Em entrevista à Tribuna, o deputado federal David Miranda classificou o Miss Brasil Gay como um ato político: “Neste momento, o Miss Gay é um importantíssimo evento político também, como a Parada Gay de São Paulo, o maior evento político do mundo neste sentido.”
Para o estilista Dudu Bertolini, o concurso é um legado brasileiro: “O Miss Brasil Gay é um patrimônio brasileiro, de resistência, criado em plena ditadura, mesmo quando não havia nem tanta diversidade reconhecida dentro da sigla LGBTQIA+. Ele exalta um padrão de beleza old school mas é muito mais que um concurso de beleza, é um legado da cultura e da história desta comunidade”, comentou.