Gestores apontam como deve ser a cultura no estado e no paĆs
Em conversa com a Tribuna, especialistas, convidados para debate promovido pela Funalfa na Ćŗltima quarta (13), destacam os desafios das polĆticas pĆŗblicas em cultura no paĆs, em Minas e em Juiz de Fora
Da mesma forma que produzir cultura hoje Ć© diferente de ontem, criar polĆticas pĆŗblicas de cultura mudou radicalmente com o passar dos anos. A mesma tecnologia que impƵe novos mĆ©todos e gestos aos artistas tambĆ©m desafia o Poder PĆŗblico. E a escassez, constante material de trabalho do artista, Ć© cada vez mais elemento no setor pĆŗblico. Fazer e fomentar, no entanto, sĆ£o dilemas. E nenhuma resoluĆ§Ć£o Ć© estanque, mas infinito processo. SecretĆ”rio adjunto de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte, Gabriel Portela nĆ£o acredita em nada acabado. Tudo estĆ” por fazer. Ainda que a capital mineira tenha alterado, de maneira latente, sua cena cultural nos Ćŗltimos anos, o gestor reconhece diferentes espaƧos a avanƧar. Na contramĆ£o dos sucessivos cortes, ao assumir o Governo municipal, o prefeito Alexandre Kalil recriou a Secretaria de Cultura, atĆ© entĆ£o funcionando como uma fundaĆ§Ć£o, e convidou Juca Ferreira para assumir a pasta, que montou uma equipe, mĆŗltipla, com nomes em ascendĆŖncia na cena da cidade e outros, parceiros de sua gestĆ£o Ć frente do MinistĆ©rio da Cultura, como Gabriel. A cultura, portanto, Ć© um ativo, compreendeu a gestĆ£o. Dessa perspectiva compartilha a museĆ³loga por formaĆ§Ć£o CĆ©lia Maria Corsino, que desde a dĆ©cada 1970 atua na gestĆ£o de museus Brasil afora.
Seja coordenando os trabalhos de implantaĆ§Ć£o da museologia do Museu de Artes e OfĆcios, em Belo Horizonte, seja gerindo o projeto da FundaĆ§Ć£o Vitae de PreservaĆ§Ć£o para o acervo documental do Museu Casa de Cora Coralina, em GoiĆ”s, CĆ©lia ajudou a construir o pensamento recente acerca do patrimĆ“nio nacional. Em 2011, ela assumiu a diretoria do departamento de patrimĆ“nio imaterial do Instituto de PatrimĆ“nio HistĆ³rico e ArtĆstico Nacional, o Iphan, no qual ficou atĆ© 2015, quando passou a superintendente do Ć³rgĆ£o em Minas Gerais, permanecendo atĆ© este ano. Em setembro, CĆ©lia foi exonerada pelo Governo federal e substituĆda pelo cinegrafista da CĆ¢mara Municipal de Juiz de Fora Jeyson Silva, que permaneceu no cargo por poucas horas e logo pediu sua exoneraĆ§Ć£o. Ć frente da recĆ©m-criada superintendĆŖncia de Bibliotecas, Museus, Arquivo PĆŗblico e Equipamentos Culturais da Secretaria de Cultura do Estado, a profissional, que foi professora de administraĆ§Ć£o de museus e ciĆŖncias auxiliares da histĆ³ria mantĆ©m-se em seu campo de interesse e reconhecimento.
Convidados do Painel Mecanismos de Financiamento Cultural do PĆ³len – Movimento de IntercĆ¢mbio Cultural promovido pela Funalfa, na Ćŗltima quarta (13), CĆ©lia e Gabriel conversaram, separadamente, com a Tribuna apĆ³s suas palestras no Teatro Paschoal Carlos Magno. Nas entrevistas, destacam os desafios das polĆticas pĆŗblicas em cultura no paĆs e em Minas Gerais, provocaƧƵes que sĆ£o de ontem, e tambĆ©m, de um presente no qual a cultura surge na berlinda, na corda bamba e, sobretudo, do futuro.
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