Caso de filho denunciado pela morte do pai tem julgamento marcado
Réu, Felippe Horta Zampier, teria atirado contra o pai durante uma discussão dentro do carro
Foi marcado para 22 de outubro, no Fórum Benjamin Colucci, o júri popular do caso sobre a morte do empresário Waldir Jorge Zampier, de 64 anos. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (30) pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O réu, Felippe Horta Zampier, 24, foi denunciado pelo Ministério Público, em 2 de julho, por homicídio qualificado por motivo fútil, com circunstância agravante de ter cometido o crime contra ascendente, ocultação de cadáver e fraude processual.
O crime foi registrado, inicialmente, como desaparecimento, mas investigações da Polícia Civil culminaram na prisão do suspeito, à época, no dia 30 de maio deste ano. Na ocasião, ele teria confessado à Polícia Civil ter atirado contra o pai durante uma discussão no interior do veículo do rapaz. Os investigadores encontraram o corpo do empresário desovado em uma estrada de terra em Sarandira. Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), o assassinato foi cometido no dia 24 de maio, após as 14h, na Avenida Eugênio do Nascimento, no Bairro Aeroporto. Felippe teria efetuado um disparo de arma de fogo contra seu pai, causando-lhe a morte.
Conforme a denúncia, naquele dia, o jovem dirigia o carro, com o pai no carona, até uma agência bancária na Cidade Alta para “resolverem uma emergência financeira de responsabilidade do denunciado”, referente à empresa de Waldir. No trajeto, iniciou-se um bate-boca e, “no calor da discussão, o réu sacou uma arma de fogo (calibre 22) e efetuou um disparo que atingiu a cabeça da vítima”, segundo o MP.
Ainda como aponta a promotoria, depois de causar a morte do pai, o jovem, “de forma voluntária e consciente, com evidenciado intuito de ocultar o cadáver, se dirigiu até a cidade de Matias Barbosa, acessou uma estrada vicinal que leva ao distrito de Sarandira, onde dispensou a arma de fogo e arrastou o corpo de seu pai ribanceira abaixo, até ocultá-lo em uma mata fechada.” Ao retornar para sua residência, Felippe, “ainda com intento de apagar as evidências do crime, trocou de roupa e limpou o sangue no interior do veículo”.
Para o MP, o filho também premeditou possível álibi, enviando mensagem via WhatsApp do celular de seu pai para a namorada do empresário. Ainda segundo a denúncia, ao marcar um encontro com a mulher, se passando por Waldir, Felippe estaria transferindo eventual suspeita acerca da autoria do crime. “Também enviou mensagem para sua irmã se passando pelo pai, dando a esta instruções acerca das questões bancárias relacionadas à empresa”, diz a denúncia.
Ainda conforme o texto, na sequência, Felippe jogou no Rio Paraibuna o celular da vítima, a calça suja de sangue e o pano usado para limpar o carro. “Perante a família, o denunciado simulou o desaparecimento do pai, alegando que o teria deixado no Bairro Aeroporto, a pedido deste, em um ponto de táxi, para que ele pudesse encontrar com a namorada, não sendo a vítima mais vista a partir de então.”