Carreta tomba, pega fogo e congestiona BR-040
Motorista de veículo, carregado com luvas cirúrgicas, teve ferimentos leves e foi levado para o HPS
O trecho da BR-040 que corta Juiz de Fora, na altura do Morro do Sabão, foi interditado por quatro horas e meia nesta segunda-feira (26), após o tombamento de uma carreta carregada com luvas cirúrgicas. O acidente ocorreu por volta das 14h30, no km 787. O veículo trafegava no sentido Rio de Janeiro/Belo Horizonte quando o condutor teria perdido o controle em uma curva e tombado, atingindo o guard-rail, que ficou danificado. Os dois lados da rodovia chegaram a ficar fechados. Houve retenção de, aproximadamente, três quilômetros.
Ao tombar, a carreta pegou fogo e parte da carga foi lançada na pista contrária, que também permaneceu obstruída parcialmente até por volta das 16h. O motorista, 32 anos, foi socorrido pela ambulância da Concer, concessionária que administra o trecho, com lesões leves e foi conduzido para o HPS. Ele foi avaliado pela traumatologia e pela cirurgia geral e realizou exames, segundo informações da Secretaria de Saúde.
O trecho foi liberado para o tráfego de veículo às 19h, apenas pelo acostamento. Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a liberação total está prevista para ocorrer ainda na manhã desta terça-feira (27), com a remoção da carreta que ficou atravessada na pista. O Corpo de Bombeiros e funcionários da Concer e do Demlurb também foram mobilizados. Por volta das 17h, as chamas voltaram a se propagar, exigindo nova ação dos militares.
Até o fechamento desta edição, a corporação estimava que 15 mil litros de água foram usados no combate ao fogo. Parte da vegetação também foi atingida. A prioridade, no entanto, foi no combate às chamas envolvendo a carga. Duas viaturas e 12 militares foram empenhados na ocorrência. Uma retroescavadeira foi acionada para movimentar a carga e fazer o resfriamento. Até o fechamento desta edição, a PRF não havia informado de qual cidade era o veículo incendiado. A placa do caminhão também foi consumida pelo fogo.
Dificuldades no socorro
À Tribuna, a PRF informou ter tido dificuldades para chegar ao endereço do acidente devido à falta de respeito de alguns condutores. “Ficamos um quilômetro presos, na tentativa de chegar até aqui (local do acidente) para averiguar o que teria ocorrido e a situação da vítima. Muitos motoristas não respeitam a sinalização. O acostamento precisa estar disponível para, em casos de acidentes como o que ocorreu hoje, podermos prestar o socorro de forma ligeira e garantir a segurança de outros veículos que transitam pelo local”, asseverou a inspetora da PRF, Ferrete.

Transtornos
O bloqueio da pista pegou de surpresa quem seguia viagem no sentido Belo Horizonte, assim como aqueles que utilizam a BR-040 para chegar à Zona Norte de Juiz de Fora. Um dos primeiros a presenciar o acidente foi o auxiliar administrativo Tiago Thomás. Ele estava no ônibus urbano que faz a linha do Bairro Vale dos Lírios, na Zona Norte, quando foi obrigado a interromper o trajeto em virtude do acidente. “Fui fazer um exame admissional e, por isso, já estava retornando para casa. Cheguei aqui (local do acidente) umas 14h30 e não faço ideia de que horas vou chegar na minha casa. O bom é que não tinha compromisso”, relatou à Tribuna, ainda durante a tarde.
Diferente de Tiago, o caminhoneiro Pedro de Oliveira havia saído do Rio de Janeiro com destino a Conselheiro Lafaiete, mas teve a viagem parada no km 787. “Estou aqui (local do acidente) há 40 minutos e hoje eu deveria fazer o carregamento de cimento. Estava agendado para às 16h, mas, como não aconteceu, esse dinheiro eu não recebo. Vou precisar ver se aceitam fazer o carregamento de cimento amanhã (terça-feira), para continuar meu trabalho”, lamentou, acrescentando que seu prejuízo seria de R$ 180.
Há 20 anos trabalhando na estrada com carregamento e entrega de cargas, o motorista Dinaldo Alves Costa faria o carregamento de pão de queijo, em Juiz de Fora, e tinha como destino final a cidade de São Paulo. A mais de três horas aguardando a liberação do trecho, ele preparava o café quando foi abordado pela reportagem da Tribuna e disse estar acostumado a este tipo de acidente, mas disse que o fato impactaria sua rotina. “Vai depender do meu cliente se ele vai carregar. Caso não aceite, vou ter que esperar para ver outro destino e até mesmo outro tipo de frete”, contou.
Os condutores que tentavam prosseguir na pista foram orientados a retornar no sentido Juiz de Fora, acessando a pista que leva ao Salvaterra, e seguir caminho passando por dentro de Juiz de Fora. Por isso, durante a tarde, era grande o movimento observado na BR-040, no sentido Rio de Janeiro, oposto à ocorrência.