Homem é condenado a 14 anos de prisão por homicídio em ferro-velho
Vítima tentou defender o filho com uma vassoura e acabou atingida por disparo, na Zona Norte
Maicon Douglas Dias foi levado a julgamento, nesta terça-feira (18), sendo condenado a 14 anos de prisão em regime inicialmente fechado pela morte de José Estevam Recepute, de 57 anos, em novembro de 2016, no Distrito Industrial, na Zona Norte. Na mesma ocasião, o condenado também tentou contra a vida do filho da vítima, 28, mas o homicídio não foi consumado devido a sua má pontaria.
O júri foi realizado no Fórum Benjamin Colucci, e, durante a sessão, foi narrado pelo Ministério Público que o Maicon arremessou uma caixa de papelão contra o rosto do filho da vítima, enquanto ambos estavam trabalhando em um ferro-velho de propriedade de José. Houve uma discussão entre eles, evoluindo para uma briga. De acordo com a acusação, após o fato, Maicon foi até sua casa, onde pegou um revólver calibre 32 adquirido já há algum tempo em contexto diverso, voltado ao ferro-velho e atirou contra o filho de José Estevam, sem conseguir atingi-lo. Neste momento, ao perceber a situação, a vítima foi ao encontro de Maicon de posse de uma vassoura com o intuito de defender o filho. Todavia, recebeu um tiro que a levou à morte. Segundo o Ministério Público, o crime foi cometido por motivo fútil, gerado de uma discussão banal, além de ter sido praticado de forma que dificultou a defesa da vítima.
Já segundo a advogada de defesa, Cristiane José, Maicon estava no trabalho, arremessando caixas de papelão sobre um muro. Segundo ela, seu cliente alegou que não tinha qualquer visão do outro lado do muro. No que a defesa classificou como uma fatalidade, uma das caixas arremessadas atingiu o rosto do filho de José Estevam. Depois de atingido pela caixa, conforme a advogada, o homem teve um momento de fúria, o que o levou a empurrar e a desferir um tapa na cara de Maicon. Dessa forma, como aponta a defesa, Maicon passou a ser humilhado pelos colegas de trabalho. Após os fatos, Maicon foi até o ferro-velho e atirou contra o homem, mas acabou atingindo o pai dele, José Estevam.
Ainda segundo Cristiane, apesar de ter sido um crime que chocou a população, o júri acolheu a tese da defesa de que Maicon estava compelido por uma violenta emoção. Em sessão secreta, o Conselho de Sentença condenou o réu por tentativa de homicídio privilegiado, uma vez que agiu sob violenta emoção após injusta provocação do filho da vítima, e por homicídio consumado em relação à morte de José Estevam. Ao condenado, por não haver motivos para o decreto de sua prisão, foi concedido o direito de recorrer em liberdade.
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