Protesto reĂșne manifestantes nas ruas contra Dilma e PT
ApĂłs duas mobilizaçÔes realizadas em maio e abril deste ano, manifestantes voltaram Ă s ruas na manhĂŁ deste domingo (16) para protestar contra o Governo federal e o Partido dos Trabalhadores (PT). De posse de bandeiras, faixas e vestidos com as cores verde e amarelo, alĂ©m de camisas da Seleção Brasileira, eles pediam pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Em meio Ă movimentação que reuniu milhares de pessoas desvinculadas de segmentos partidĂĄrios, mas tambĂ©m pessoas ligadas ao PSDB, o mote do protesto se deu em torno das investigaçÔes da operação “Lava Jato” e contra as medidas de ajuste fiscal promovidas pelo Governo. Segundo os organizadores, o nĂșmero de participantes ultrapassou 12 mil pessoas, enquanto para o comandante da 4ÂȘ Companhia de MissĂ”es Especiais da PM, Major Robson Garrido, a estimativa variou entre 5 e 6 mil pessoas.
A concentração dos manifestantes se iniciou Ă s 9h na Praça Jarbas de Lery Santos, no Bairro SĂŁo Mateus, na Zona Sul, puxada pelo Conselho de VenerĂĄveis Mestres das Lojas MaçÎnicas de Juiz de Fora. Homens da PolĂcia Militar e do 4Âș BatalhĂŁo de Bombeiros Militar acompanharam a passeata, fechando o trĂąnsito em alguns trechos. Por volta das 10h30, o protesto saiu em direção ao Centro, de forma pacĂfica, com gritos contra Dilma e Lula e vaias Ă s pessoas que empunhavam bandeiras ou camisas do PT nas janelas dos prĂ©dios. NĂŁo houve registro de confronto. Na chegada ao Parque Halfeld, os manifestantes cantaram o Hino Nacional e promoveram um abraço ao cartĂŁo postal da cidade, encerrando ao protesto.
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Presidente de um dos movimentos organizadores, o Muda Brasil, Nelson Firmino explica que a intenção foi protestar contra a corrupção. “Juiz de Fora estĂĄ sempre presente reivindicando contra a corrupção e o desvio de recursos pĂșblicos. O pedido de impeachment do presidente Collor se deu por manifestaçÔes populares que pressionavam o Congresso, isso mostra que os movimentos tĂȘm uma forte influĂȘncia no paĂs”, disse. Questionado sobre as novas despesas que a CĂąmara dos Deputados cria na chamada pauta-bomba, Firmino sustenta que o maior problema Ă© o desvio de recursos. “Houve um desvio de dinheiro pĂșblico do paĂs, via BNDES, que foi utilizado para retirar indevidamente bilhĂ”es dos cofres pĂșblicos. Hoje o maior foco Ă© o desvio de verbas pĂșblicas, que gera a corrupção, com todos os corruptores envolvidos”.
JĂĄ o presidente do Conselho de VenerĂĄveis Mestres das Lojas MaçÎnicas de Juiz de Fora e regiĂŁo, Marcio William Furtado, assegurou que a presença da maçonaria ocorre de forma apartidĂĄria. “A gente nĂŁo concorda com a corrupção, cada vez mais alavancada, sem punição. Essa questĂŁo tambĂ©m de repassar para o povo a consequĂȘncia pela mĂĄ gestĂŁo do dinheiro pĂșblico Ă© muita irresponsabilidade. Em momento nenhum o Governo fez corte de gastos, mas aumentou a receita, com impostos, taxas e perda de direitos trabalhistas”, desabafou.
Na concentração e durante o trajeto, os participantes reivindicaram, cada um Ă sua forma, o combate Ă corrupção. O restaurador de antiguidades, Roberto Luiz Vasconcellos Mattos, 50, mostrou irreverĂȘncia ao levar o personagem Mr. Bean, tirando foto com os participantes. “Ă necessĂĄrio trazer alegria ao protesto”, disse. Importante figura da cultura juiz-forana, ZĂ© kodak tambĂ©m fez coro aos manifestantes. “NĂŁo Ă© possĂvel mais aceitar o que estĂŁo fazendo com o Brasil”, destacou. Envolvido em uma bandeira do Brasil e com o rosto pintado, o estudante Enzo Emanuel Victor Fontes, 12, se disse preocupado com o futuro diante dos erros do Governo. “Com um Governo que ferra o paĂs, nĂŁo temos como agir: nĂŁo se consegue emprego bom, a moeda Ă© fraca, nĂŁo se consegue viajar”, lamentou.
Mudanças no sistema polĂtico
Em meio aos manifestantes, alguns veem como solução a mudança do atual sistema polĂtico. O economista Ohannes Kabderian, 65, defendia a transição da RepĂșblica para o Brasil ImpĂ©rio. “O ImpĂ©rio do Brasil foi um exemplo. Basta ver o Parlamento do ImpĂ©rio e comparĂĄ-lo com o Congresso Nacional. O prĂłprio Rui Barbosa, de tanta vergonha, se disse arrependido de ter sido um republicano de primeira ordem”, afirma. JĂĄ a artesĂŁ Agueda Tambane, 55, pediu prudĂȘncia ao procurador geral da RepĂșblica, Rodrigo Janot, e ao presidente do Senado, Renan Calheiros. “Ă preciso tirar o PT e a Ășnica solução Ă© um partido militar no poder. Quando tĂnhamos um partido militar, tĂnhamos vida, segurança, progresso. A gente pede para que nĂŁo deixem acontecer a ‘petropizza'”, finalizou.