Portão instalado em passagem de pedestres divide opiniões no Poço Rico
O fechamento da passagem de pedestres localizada entre a Rua Osório de Almeida e a linha férrea está dividindo opiniões de moradores no Poço Rico, na Região Sudeste. Em agosto, a Prefeitura autorizou que o local, que é uma espécie de vila, tivesse suas duas entradas vetadas por portão, com trancamento de chaves das 22h às 6h. Os equipamentos foram colocados no local há cerca de 15 dias, e os moradores aguardam a finalização da instalação para começar a proibir o trânsito de pedestres no período noturno. O motivo estaria relacionado com a violência que vem acontecendo na via. Entretanto, a medida desagradou aqueles que costumam utilizar o local como acesso, principalmente os moradores da Rua Margem da Central (que margeia a linha).
“Esta passagem existe há décadas aqui e é a melhor forma que temos de acessar nossas casas. A outra maneira é andando sobre os trilhos, tendo que dar a volta pela Rua da Bahia”, comenta o aposentado Célio Lúcio Nogueira. Ele organizou abaixo-assinado e levou até a Prefeitura, demonstrando indignação com a autorização feita, segundo ele, sem a consulta da comunidade. “Como vamos passar aqui à noite? Alguns trabalhadores chegam por volta das 23h, que é o horário do último ônibus. Os outros caminhos são muito perigosos, estamos sem alternativa.” Ainda segundo Célio, outro problema no local é com relação à época de chuvas. “Quando chove, essa região aqui da linha alaga toda. Com essa passagem fechada, a gente vai ficar sem ter para onde correr. São muitas pessoas que passam por aqui diariamente, isso deveria ter sido levado em consideração.”
Por outro lado, o morador da vila Scipião da Rocha apoia e defende o fechamento. “Nós fizemos o projeto e procuramos a Polícia Militar e a Prefeitura, para avaliar qual seria a melhor solução. Temos problemas aqui diariamente, seja por conta de assaltos, uso de drogas, pessoas que vem aqui para urinar ou fazer sexo. Reunimos os moradores, discutimos e foi unânime que fechar seria a melhor forma, algo que foi devidamente autorizado pela Prefeitura.” Segundo o morador, desde a instalação do portão, as ocorrências, concentradas principalmente no período da noite, já diminuíram.
Segundo a Secretaria de Atividades Urbanas (SAU), a passagem em questão pertence a uma propriedade particular, e por isso seu fechamento foi autorizado. A passagem funciona como forma de “servidão”, e não como via pública. A pasta reforçou que o pedido foi feito pelos moradores diante da insegurança no local. As chaves dos portões ficarão sob responsabilidade dos moradores da vila.