Cirurgias são suspensas por falta de roupas no Hospital João Penido
Procedimentos cirúrgicos foram cancelados e não há previsão de quando a situação será regularizada
A falta de roupas e enxovais comprometeu a realização de cirurgias, nesta quarta-feira (6), no Hospital Regional Doutor João Penido (HRJP). De acordo com a diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (SindSaúde-MG), Lenir Romani, os procedimentos cirúrgicos foram cancelados e não há previsão de quando a situação será regularizada. O número de procedimentos afetados, entretanto, não foi informado. Em nota, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), gestora do hospital, reconheceu a situação, mas não explicou, contudo, o motivo da falta de enxovais utilizados no centro cirúrgico da unidade. Informou, apenas, que “está tomando as devidas providências para que não ocorram prejuízos à assistência e para que a questão seja solucionada o mais breve possível.”
Segundo o SindSaúde-MG, a falta de roupas apropriadas para os procedimentos hospitalares tem sido recorrente na unidade, uma vez que as vestimentas têm sido entregues em menor quantidade e, muitas vezes, desgastadas. Conforme Lenir Romani, anualmente, as unidades de saúde estimam e fazem a solicitação de um quantitativo dos materiais que serão utilizados no hospital. Uma empresa é responsável por buscar e levar as peças contaminadas, entregando outras higienizadas.
“Começou a sumir roupa, e a chegar roupa rasgada. Culminou, nesta quarta (6), de não termos material para poder fazer nada no centro cirúrgico”, relata Lenir. “O sindicato já havia denunciado na Mesa SUS (Mesa Nacional de Negociação Permanente do Sistema Único de Saúde). Todo mundo está ciente disso, falaram que iriam dar uma solução, mas, até hoje, não aconteceu nada. Isso está prejudicando não só o trabalhador, que veio aqui e está de mãos cruzadas, mas o próprio paciente. Estamos com essa situação caótica, que prejudicas vidas e não podemos fazer nada, porque estamos de mãos e pés atados”, expõe a representante da entidade.
A titular da Ouvidoria de Saúde, Samantha Borchear, relatou à Tribuna que soube da situação por meio de denúncia feita pelos trabalhadores do HRJP e que, de fato, nesta quarta, houve a suspensão da cirurgias. De acordo com a ouvidora, a diretoria do hospital teria confirmado ao órgão a falta de roupas adequadas, situação que aconteceria em toda a rede Fhemig, que não teria conseguido comprar quantidade satisfatória de enxovais para os hospitais sob sua gestão, causando o desabastecimento. A Tribuna esteve no João Penido, na manhã desta quarta, e tentou contato com a direção da unidade. No entanto, à reportagem foi dito que a Fhemig se posicionaria sobre o caso. No posicionamento encaminhado ao jornal, a Fhemig informou que a falta de enxoval foi um problema pontual e não abrange outras unidades da rede.
A ouvidora também informou que notificou a Secretaria de Saúde (SS), por meio do subsecretário de Regulação Rômulo de Castro Martins. A Tribuna entrou em contato com a SS solicitando posicionamento e o número de procedimentos cancelados. Em nota, a pasta informou que entrou em contato oficial com o HRJP para esclarecer a situação e aguarda posicionamento do prestador.
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