Polícia Civil investiga empresa que fornecia insumos à Backer
Suspeita é que tenha ocorrido adulteração nos produtos. Ex-funcionário da empresa química foi ouvido
A Polícia Civil divulgou novas informações sobre o caso da contaminação das cervejas da marca Backer, de Belo Horizonte. Segundo a corporação, o novo alvo das diligências, feitas na tarde de quinta-feira (16), é a empresa química que fornecia insumos para a cervejaria. Investigadores, peritos do Instituto de Criminalística e funcionários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) estiveram na empresa, localizada em Contagem, e recolheram documentos e produtos químicos que foram encaminhados para a perícia. A suspeita é que possa ter ocorrido adulteração nos insumos. Novas perícias também foram feitas na sede da Backer.
Além disso, duas pessoas foram ouvidas na 4ª Delegacia de Polícia Barreiro, onde tramita o procedimento. Dentre as testemunhas ouvidas está um ex-funcionário da distribuidora de insumos e um ex-funcionário da cervejaria. Conforme nota da Polícia Civil, foram os advogados da cervejaria que apresentaram o ex-funcionário da empresa química para prestar depoimentos. Segundo reportagem do jornal Estado de Minas, o ex-funcionário da fornecedora disse à polícia que teria provas, inclusive um vídeo, de que o monoetilenoglicol era misturado ao dietilenoglicol, mais barato.
A Polícia Civil afirmou que os advogados da Backer tiveram amplo acesso à produção desta prova (depoimento), tendo inclusive a oportunidade de fazer perguntas, levando cópias dos depoimentos. A nota ressalta que tanto o monoetilenoglicol e dietilenoglicol são substâncias tóxicas e foram encontradas em todos os materiais recolhidos e analisados até o presente momento.
Vinte e um lotes contaminados
A presença das substâncias contaminantes monoetilenoglicol e dietilenoglicol foi confirmada em oito produtos da Cervejaria Backer, por resultados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), na tarde de quinta-feira (16). A análise indicou que as substâncias tóxicas foram encontradas não só em lotes da Belorizontina e da Capixaba, mas também nas marcas Capitão Senra, Pele Vermelha, Fargo 46, Backer Pilsen, Brown e Backer D2. Até o momento, as análises realizadas pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária constataram 21 lotes contaminados.
Em boletim divulgado no fim da tarde desta quinta-feira (16), a Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) informou que o óbito da mulher que estava internada em Pompéu, no Centro-Oeste de Minas Gerais, no dia 28 de dezembro, está sob investigação. A morte é considerada suspeita para a síndrome nefroneural, e eleva para quatro o número de óbitos que podem ter relação com o consumo da cerveja Belorizontina, da Cervejaria Backer. No total, segundo a secretaria, são 18 casos suspeitos da síndrome até o momento.
Tópicos: cerveja contaminada