Governo do Estado confirma morte de idosa pela variante Delta
Mulher de 74 anos estava em Rio Novo e acabou sendo transferida para JF, onde morreu, em agosto; outros 4 óbitos foram atestados pela Secretaria estadual
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) informou, neste sábado (4), que já confirmou cinco óbitos causados pela variante Delta do coronavírus em Minas Gerais. Entre eles, a pasta passou a contabilizar a morte de uma idosa de 74 anos que morreu em agosto em Juiz de Fora, após ser transferida pela Prefeitura de Rio Novo para uma UTI na cidade devido a complicações da Covid-19. Ela era do Rio de Janeiro e estava na cidade vizinha a passeio. Até então, a pasta estadual não contabilizava este óbito. Os outros quatro falecimentos confirmados pelo Estado ocorreram nos municípios de Uberaba, Santa Luzia, Claro dos Poções e Caratinga. A pasta estadual não detalhou informações sobre os casos.
Conforme dados atualizados até esta sexta-feira (3), foram notificados à SES um total de 236 amostras genotipadas que identificaram a variante Delta. Trata-se da linhagem B.1.617.2 classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma variante de Atenção e/ou Preocupação (VOC – Variants of concern) sob vigilância mundial, devido à possibilidade de maior transmissibilidade, bem como a necessidade do desenvolvimento de estudos que comprovem a efetividade dos imunizantes disponíveis até o momento.
Do total de casos, que abrangem confirmações e suspeitas, 38 estão atribuídos à Juiz de Fora, município com mais registros da Delta no estado até então. A quantidade de casos e amostras por regiões e município pode ser acessada no painel de monitoramento, pelo qual é possível consultar o tipo de variante ou linhagem que foi identificada no estado. O painel é aberto para consulta pública e está disponível no link: https://coronavirus.saude.mg.gov.br/painel, sendo atualizado às terças e sextas-feiras, após, de acordo com a SES, ocorrer a investigação, alinhamento e consolidação das informações com os laboratórios públicos e privados, as 28 Unidades Regionais de Saúde e todos os municípios mineiros. Portanto, informa a pasta estadual, há acompanhamento em tempo real da vigilância genômica no estado.
Metodologia
A SES pontuou que, para o Ministério da Saúde (MS), só pode ser classificado como caso confirmado aquela amostra que passou pela pesquisa de sequenciamento do genoma viral completo. Os casos classificados como prováveis são aquelas amostras que foram analisadas a partir de outras metodologias disponíveis como o sequenciamento de Sanger ou RT-PCR Diferencial, ambas são de análise parcial dos genes.
A SES-MG reforça que trata-se de uma diferença metodológica. Para as ações de vigilância epidemiológica, a classificação dos casos não interfere. A Secretaria realiza o acompanhamento e monitoramento de todos os casos associados às variantes de atenção.
Dessa forma, informou que tem ampliado as ações de vigilância genômica do novo coronavírus e realizado “monitoramento rigoroso dos casos suspeitos da variante, a fim de coibir a disseminação da mesma no estado.”
Na nota divulgada à imprensa neste sábado, a SES informou que por meio da Subsecretaria de Vigilância em Saúde e a Fundação Ezequiel Dias (Funed), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), está fazendo o monitoramento em tempo real das variantes em circulação no estado.
“O Observatório de Vigilância Genômica de Minas Gerais (OViGen-MG) tem realizado o monitoramento semanal das variantes circulantes no estado, por meio da amostragem aleatória realizada em 10 Unidades Regionais de Saúde, escolhidas estrategicamente devido à localização geográfica no território mineiro, totalizando 200 amostras analisadas por semana. Além das Regionais de Saúde selecionadas previamente, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS-Minas) solicita amostragem para avaliar se há circulação de novas variantes em outras regiões, a partir do acompanhamento dos indicadores que demonstram tendência de aumento de casos da Covid-19.”
Medidas adotadas
Para minimizar o risco de disseminação, o Estado informou que realiza monitoramento dos casos confirmados e contatos destas pessoas, e que vem adotando estratégias para acelerar a imunização contra a Covid-19 em Minas Gerais – principal medida de prevenção. “É imprescindível que a população, que integre os grupos prioritários do Programa Nacional de Imunizações (PNI), não deixe de procurar uma unidade de saúde para a vacinação contra a Covid-19, sem esquecer do reforço da segunda dose, já que só com o esquema completo é possível reduzir a transmissão da doença e evitar a forma grave da doença”, alerta a pasta.
A secretaria também informou que já foi solicitado ao Ministério da Saúde o envio de doses adicionais para atendimento aos municípios do estado. “Uma vez atendido o pleito da SES-MG, as doses adicionais serão distribuídas.”
Tópicos: coronavírus