Autor de mensagens sugerindo atentado a colégios católicos de JF tem 17 anos

Garoto revelou que não concretizaria as ameaças e disse que queria apenas “assustar os alunos”


Por Vívia Lima

21/03/2019 às 19h53

jesuitasPrestou depoimento o adolescente de apenas 17 anos identificado como autor da mensagem anunciando provável atentado aos tradicionais colégios católicos de Juiz de Fora, Jesuítas e Stella Matutina. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (21), pela assessoria da Polícia Civil.

O jovem confessou ter sido o autor do comunicado e, apesar das contundentes ameaças, alegou que a postagem era apenas “para chamar a atenção e assustar os alunos dos colégios. Mas não tinha a intenção de concretizar qualquer ataque”, informou o adolescente à Polícia Civil. Detalhes do depoimento não foram divulgados à imprensa. Nas redes sociais, a imagem da arma, utilizada em um vídeo pelo atirador que dizimou 50 pessoas em duas mesquitas da Nova Zelândia, acompanhada dos dizeres “Aguarde-me Jesuítas e Stella. Agora é a vez da alta burguesia pagar. Chegou a hora do seu maldito capitalismo ruir e entrar em declínio!” apavorou a comunidade escolar das duas instituições.

Identificado pelos setores de Inteligência do 4º Departamento e da 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil em conjunto com o 2º Batalhão da Polícia Militar, o jovem depôs, na quarta-feira (20), ao delegado Luciano Vidal, responsável pela apuração do fato. As investigações prosseguem e testemunhas também continuam sendo ouvidas a fim de finalizar a apuração. Anteriormente, as duas instituições de ensino já haviam informado que o jovem não era estudante de nenhum dos colégios situados na Avenida Presidente Itamar Franco.

A disseminação das mensagens e o fato de, até na última quarta, não saber se tratava-se de efetiva ameaça ou “brincadeira”, fizeram os colégios traçarem estratégias para amenizar a comoção envolvendo alunos, pais e professores. Durante a tarde do mesmo dia, as instituições emitiram nota conjunta esclarecendo o caso, além de medidas protetivas como a presença policial, principalmente, nos horários de entrada e de saída dos estudantes. Viaturas da PM, inclusive, foram vistas na porta das escolas.

Medo após atentado

A propagação da mensagem trouxe ainda mais pânico depois de, em menos de uma semana, ocorrer o massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo. Dez pessoas morreram, entre elas, uma coordenadora pedagógica da vizinha cidade de Ubá. Dois jovens de 17 e 25 anos, ex-alunos do colégio, invadiram a instituição e mataram sete pessoas, sendo cinco estudantes e dois funcionários. Antes do ataque, um deles baleou e matou o próprio tio em uma loja de automóveis na mesma cidade. Os assassinos também morreram.

Tópicos: polícia

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