Ouvindo a Islândia, Parte 3: Rökkurró e FM Belfast

Por JÚLIO BLACK

Oi, gente.

Continuamos ouvindo as coisas boas vindas da Islândia, e esta semana reservamos nosso tempo para sorver toda a sonoridade de duas bandas nascidas neste século, cada uma com estilo bem marcante: Rökkurró e FM Belfast.

Começamos com o Rökkurró, sexteto surgido em 2006 e que tem em sua formação atual Hildur Kristín Stefánsdóttir (vocais e violoncelo), Árni Þór Árnason (guitarra e teclado), Björn Pálmi Pálmason (bateria), Axel Ingi Jónsson (guitarra), Skúli Agnarr Einarsson (baixo) e Helga Ragnarsdóttir (piano). As canções da banda transitam entre a sonoridade etérea e o pop de boa formatação, com letras em inglês e islandês emolduradas pela belíssima e delicada voz da fofolete Hildur. Para quem gosta de comparações, o Rökkurró tem lampejos harmônicos que podem ser comparados com o Sigur Rós, mas o grosso de sua produção encontra paralelo com o pop de tons épicos do Of Monsters and Men – sem deixar, claro, de ter seu próprio genoma musical.

O Rökkurró já lançou três álbuns: “Það kólnar í kvöld…” (2007), “Í Annan Heim” (2010) e “Innra” (2014), todos essenciais graças a canções como “Sjónarspil”, “Blue skies” e “Ringulreið”, entre tantas outras que nos fazem sentir como se a Islândia fosse aqui – ainda mais quando o tempo ajuda e o frio dá as caras.

Já o divertido FM Belfast mostra o quanto a cena musical islandesa pode ser diversificada e até mesmo ensolarada. Formado em 2005 pela dupla Árni Rúnar Hlöðversson e Lóa Hlín Hjálmtýsdóttir, o projeto logo teve a adesão de Árni Vilhjálmsson e Örvar Þóreyjarson Smárason, além de outros músicos que eventualmente participam das atividades do grupo. Com três álbuns no currículo (“How to make friends”, de 2008; “Don’t want to sleep”, de 2011; e “Brighter days”, de 2014), o FM Belfast aposta em canções pop com um toque esquizofrênico e batidinhas eletrônicas que dão um ar de anos 80 a diversas músicas, entre elas “Par avion”, “Vhs”, “We are faster than you” e “Stripes”. Para quem gosta de Röyksopp, Hot Chip e outros nomes da chamada indietronica, a banda islandesa será uma bela adição à discoteca – e uma excelente desculpa para dançar como se não houvesse amanhã.

Voltaremos daqui a duas semanas com um cadinho a mais de música islandesa. Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

Marisa Loures

Marisa Loures

Marisa Loures é professora de Português e Literatura, jornalista e atriz. No entrelaço da sala de aula, da redação de jornal e do palco, descobriu o laço de conciliação entre suas carreiras: o amor pela palavra.

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