Ex-vereador é condenado a 32 anos pela morte da esposa

Priscila Dala Paula tinha 26 anos quando foi assassinada com dois tiros à queima-roupa, possivelmente enquanto dormia


Por Sandra Zanella

22/08/2025 às 17h00

O policial militar reformado e ex-vereador de Muriaé Joel Morais de Asevedo, de 54 anos, foi condenado a 32 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato da esposa, Priscila Dala Paula, 26. O julgamento aconteceu nessa quinta-feira (21) em Muriaé, cidade da Zona da Mata mineira situada a cerca de 160 quilômetros de Juiz de Fora. A sentença foi confirmada nesta sexta pela assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Detalhes não foram divulgados porque o processo corre em segredo de Justiça. Priscila foi morta em dezembro de 2021 com dois tiros na cabeça.

O julgamento começou pela manhã, presidido pela juíza do Tribunal do Júri, Michelle Felipe Camarinha, e durou mais de 10 horas. De acordo com informações da Rádio Muriaé, que acompanhou a sessão, a primeira testemunha a depor foi a mãe da vítima. Segundo ela, o acusado costumava andar armado e, em certa ocasião, chegou a atirar perto de Priscila, alegando disparo acidental durante a limpeza da arma. Ainda conforme a mãe da vítima, o ex-vereador tinha comportamento controlador. “Se ela não atendesse às vontades dele, era porque não o amava.”

A delegada de Mulheres, Natália Magalhães, responsável pelas investigações, contou, em depoimento, que Priscila foi achada morta na cama, sem sinais de luta, indicando que poderia estar dormindo quando foi alvejada. O celular dela foi encontrado dentro da caixa de descarga de um banheiro e já estava danificado pela água, impossibilitando a perícia.

À tarde, um homem com quem Priscila manteria contato foi ouvido por videoconferência. Ele revelou ter se encontrado com a vítima dez dias antes do crime, quando ela já se considerava separada, pois o marido havia saído de casa.

Já o réu, tentou justificar sua conduta, alegando ter visto mensagens que indicavam uma possível traição. “Quando eu vi, a arma já estava em minha mão e disparou. Esbarrei o dedo no gatilho, e ela atirou.” A versão acidental, entretanto, não convenceu os jurados, que decidiram pela condenação.

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