Investigado pela PF nega participaĆ§Ć£o no atentado a Bolsonaro
Ainda internado no Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, Hugo Bernardo afirmou Ć Tribuna nĆ£o conhecer Adelio Bispo de Oliveira, autor do ataque
Uma das pessoas inicialmente investigadas pela PolĆcia Federal apĆ³s o atentado contra o candidato Ć PresidĆŖncia Jair Bolsonaro (PSL), na Ćŗltima quinta-feira (6), Hugo Ricardo Bernardo, 27 anos, disse nĆ£o conhecer o esfaqueador Adelio Bispo de Oliveira, 40. Ele tambĆ©m negou estar envolvido com a agressĆ£o ao candidato do PSL. āNunca o vi na vida. Esse cara que fez isso Ć© um louco, sem cĆ©rebro, com problemas na cabeƧaā, afirmou Ć Tribuna o jovem, que estĆ” internado no Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus.
Morador de um bairro na regiĆ£o Leste de Juiz de Fora, ele estĆ” hospitalizado desde a Ćŗltima quinta-feira (6), quando se envolveu em uma briga no Parque Halfeld com um apoiador de Bolsonaro e policiais militares. Com a mĆ£o inchada e enfaixada apĆ³s colocar quatro pinos e uma placa depois de passar por uma cirurgia na clavĆcula, Hugo, que Ć© pizzaiolo, revelou detalhes sobre os incidentes ocorridos, quando foi qualificado como investigado no caso. Ele foi intimado a depor na PolĆcia Federal apĆ³s receber alta hospitalar. Como nĆ£o estĆ” preso, Hugo permanecia no hospital como qualquer outro paciente, sem qualquer tipo de proteĆ§Ć£o ou escolta da polĆcia.
Ao lado da mĆ£e, que estĆ” como acompanhante no hospital e dormia ao seu lado durante a entrevista, Hugo contou que se envolveu em uma confusĆ£o ao ver um apoiador do candidato do PSL agredindo uma mulher que se manifestava contrariamente a Bolsonaro. Revoltado com a ācovardiaā, ele discutiu com pessoas que se diziam seguranƧas de Bolsonaro, vestidos de preto e com laƧo amarelo na camiseta. āEle estava agredindo uma mulher, aĆ eu o abordei e disse: ābriga com alguĆ©m do seu tamanhoā. AĆ ele disse: āpode ser vocĆŖā, e comeƧamos a brigarā, relata.
ApĆ³s o conflito, o pizzaiolo e lutador de muay thai se envolveu em novo confronto, desta vez com policiais militares, nas proximidades da Rua Marechal Deodoro com a Rua Santo AntĆ“nio. Na ocasiĆ£o, segundo o Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) da PolĆcia Militar, o homem estaria insuflando os demais a agredir pessoas que vestiam a camisa com a imagem de Bolsonaro. āChegaram com cacetete e tudo, muita gente, igual quando vocĆŖ abre um pacote de Mendoratoā, comparou. AlĆ©m disso, uma testemunha chamada FĆ”bio disse que Hugo estaria envolvido na tentativa de homicĆdio de Bolsonaro.
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ApĆ³s a briga, ele foi algemado e levado para a delegacia de PolĆcia Federal, onde foi qualificado como investigado. Ele foi ouvido e liberado na sexta-feira. No entanto, questionado sobre seu envolvimento no caso, Hugo alega sĆ³ ter ficado sabendo da facada a Bolsonaro quando chegou ao Hospital Doutor Mozart Geraldo Teixeira (HPS). Nem na PolĆcia Federal, onde ficou cerca de dez minutos, soube do atentado. Disse sequer ter cruzado com Adelio. āSĆ³ vi pela televisĆ£o a imagem dele (Adelio), porque estou sem celularā, contou.
Hugo estava acompanhado de alguns amigos no ato de Bolsonaro. Seu objetivo era mostrar a indignaĆ§Ć£o com a postura e as declaraƧƵes do candidato. Politicamente ele se declara āmeio anarquistaā. Alega nĆ£o fazer parte de nenhum grupo de militantes e que nĆ£o iria votar nessas eleiƧƵes, assim como nas demais. A Ćŗnica vez que compareceu Ć s urnas foi quando tinha 18 anos de idade. Desde entĆ£o, estĆ” com o tĆtulo de eleitor em situaĆ§Ć£o irregular.
Hospitalizado recuperando-se da cirurgia, Hugo deve receber alta ainda nesta semana. Ainda nĆ£o hĆ” indĆcios que o liguem ao crime contra Bolsonaro, mas o pizzaiolo ainda Ć© considerado suspeito no caso.
TĆ³picos: eleiƧƵes 2018