Juiz de Fora registra queda de furtos e roubos de celulares
Dados do MJSP e da Sejusp mostram redução das ocorrências na cidade nos últimos dois anos; especialista orienta sobre medidas de segurança
Os índices de furtos e roubos de celulares em Juiz de Fora e em Minas Gerais apresentaram queda nos últimos dois anos, conforme dados divulgados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Em Juiz de Fora, os furtos diminuíram 29,64% entre 2023 e 2024, passando de 1.318 para 928 registros. A tendência de queda segue em 2025: só em janeiro, a redução foi de 14% em comparação ao mesmo período de 2024, com 67 registros ante 78.
Os roubos apresentaram uma queda mais expressiva: 66,55% entre 2023 e 2024, caindo de 290 para 97 ocorrências. Em janeiro, a redução observada foi de 50% em relação a janeiro do ano passado, diminuindo de 18 para nove casos.
A diferença entre furto e roubo está na forma como o crime acontece. O primeiro ocorre quando o bem é levado sem que a vítima perceba ou haja qualquer tipo de confronto. Já o roubo envolve ameaça, intimidação ou violência direta contra a vítima para que o criminoso consiga levar o objeto.
Alertas de bloqueio
Os alertas de bloqueio — recurso usado para impedir o uso de celulares furtados ou roubados — também acompanharam a queda. Em furtos, os alertas diminuíram 33% em janeiro deste ano em comparação ao mesmo mês de 2024, passando de seis para quatro registros. Nos casos de roubo, a queda foi de 60%, caindo de cinco para duas solicitações.
Dados estaduais reforçam cenário de queda
O cenário de queda também se repetiu em todo o estado de Minas Gerais. Entre 2023 e 2024, os furtos reduziram 11,6%, caindo de 40.579 para 35.758 casos, conforme os dados do MJSP e da Sejusp. Em 2025, a tendência de queda se manteve com redução de 21% em janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2024. Os registros diminuíram de 3.248 para 2.561.
Os roubos também apresentaram queda, passando de 9.995 ocorrências em 2023 para 9.065 em 2024, o que corresponde a uma redução de 9,3%. Em janeiro deste ano, a tendência continuou, com uma queda de 16,8% em comparação ao mesmo mês do ano anterior, passando de 745 para 620 ocorrências.

Especialista orienta sobre medidas de segurança
O professor de Direito da Estácio e doutor em Sociologia e especialista em Direito Penal e Processual Penal, Rodrigo Oliveira Santana, avalia os motivos para que os celulares sejam alvo de furtos. “O interesse pelos aparelhos é grande, pois neles estão contidas informações da vida financeira, social e laboral de uma pessoa. Estes dados são considerados valiosos para desvios de dinheiro e fraudes em geral.”
Ele destaca que aglomerações são momentos que propiciam esse tipo de crime, não exigindo necessidade de estratégias muito sofisticadas para a prática. Por isso, ele explica que a melhor forma de se proteger de furtos em grandes eventos seria não levar o aparelho. No entanto, ele reconhece que nem sempre é possível, já que serviços essenciais, como meios de pagamento e transporte, podem estar vinculados ao celular. Rodrigo dá outras orientações para aumentar a segurança:
- Proteja sua senha: nunca permita que outras pessoas vejam a senha que você digita.
- Use senhas fortes: evite padrões previsíveis e prefira senhas alfanuméricas.
- Guarde o celular com segurança: mantenha o aparelho junto ao corpo, em bolsos com zíper ou compartimentos bem fechados.
- Mantenha o rastreamento ativado: utilize aplicativos de segurança confiáveis para garantir que o celular possa ser localizado.
- Ative a criptografia de dados: isso impede que suas informações pessoais sejam acessadas, mesmo se o telefone for roubado.
No caso de ter o celular furtado, Rodrigo afirma que o aplicativo Celular Seguro tem se mostrado uma ferramenta eficiente, pois permite que uma pessoa previamente autorizada bloqueie o aparelho. Além disso, o próprio app notifica a Agência Nacional de Telefonia (Anatel), que aciona a operadora para bloquear a linha, e informa as instituições bancárias para suspender o acesso aos aplicativos instalados no dispositivo. O objetivo é tornar o celular inutilizável para quem o furtou, dificultando qualquer tentativa de aproveitamento do aparelho ou dos dados nele contidos.
* Estagiária sob supervisão da editora Gracielle Nocelli