Morre aos 63 anos Dona Cida, fundadora da Associação Mão Amiga

Cida transformou vidas ao longo de mais de quarenta anos dedicados à instituição em Juiz de Fora


Por Pâmela Costa

25/08/2025 às 10h13

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Dona Cida (Foto: Fernando Priamo / Arquivo TM)

Morreu na noite do domingo (24), aos 63 anos, Maria Aparecida da Silva, a Dona Cida, presidente e fundadora da Sociedade Beneficente Mão Amiga, fundação localizada na Avenida Darcy Vargas, 87, no Bairro Ipiranga, na Zona Sul de Juiz de Fora. O velório acontece durante essa segunda-feira (25), na capela do Cemitério Municipal. O sepultamento será às 16h. 

Quatorze filhos perderam a mãe. E a comunidade, uma de suas maiores referências. Com cerca de 40 anos dedicados à instituição – praticamente toda a sua vida adulta -, ela se tornou um dos principais nomes no combate à vulnerabilidade social em Juiz de Fora, chegando ao reconhecimento nacional quando ganhou o prêmio “Inspiração”, em 2022, em uma nova edição do “Melhores do Ano”, da Rede Globo.

Em entrevista para a Tribuna em 2020, Cida contou que iniciou seu trabalho junto à população com a distribuição de leite para crianças no Bairro Jóquei Clube 1 e, depois, no Bairro Vila Olavo Costa, onde atuou como líder comunitária. Mulher preta, ela enfrentou o machismo, racismo e a exclusão social para seguir com o objetivo de transformação social. No caminho, tocou milhares de vida.

Na mesma entrevista, ela confessou que gostava de ser chamada de mãe, inclusive, por pessoas mais velhas que ela. “Tem pessoas de 50 anos, 60 anos que passam e me chamam de mãe. Eu fico toda feliz. Uma mulher uma vez me perguntou o porquê de eu deixar eles me chamarem assim. Mas é o melhor título que tem é mãe, gente! Acho muito bonito. Tem catador de papel que passa e me chama de mãe, me pede algo e eu digo? Vem cá, meu filho! Sempre que posso ajudar, eu ajudo.” Para Cida, mãe, é a primeira mulher, onde tudo começa. “E não é bonito esse título? Eu acho lindo!”. 

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