Polícia Civil rastreia celulares furtados na Zona Nordeste
Dos 40 aparelhos investigados pelo Imei, apenas quatro permaneciam na cidade; vítimas estão sendo restituídas
Duas vítimas que tiveram seus celulares furtados no primeiro semestre deste ano em Juiz de Fora receberam os aparelhos de volta nesta sexta-feira (15), graças a um trabalho de rastreamento realizado pela 4ª Delegacia de Polícia Civil. Dos 40 furtos investigados, todos ocorridos na Zona Nordeste, quatro já culminaram na restituição dos telefones aos verdadeiros donos. Dois deles ainda estavam no município, e os outros dois foram encontrados em Brasília e no Rio de Janeiro. O delegado responsável pela iniciativa, Rodrigo Rolli, ressalta a importância do registro da ocorrência com o número do Imei do equipamento furtado para que a polícia consiga rastrear e recuperar o celular. O Imei pode ser obtido digitando *#06# no teclado do próprio aparelho e deve ser armazenado em ambiente seguro e de fácil acesso para ser repassado às autoridades no caso de perda, furto ou roubo.
Rolli ressalta que houve quase o dobro de ocorrências de furto de celulares na região em que atua, de janeiro a junho deste ano, mas metade delas não continha o Imei, dificultando a investigação. A maior parte dos registros aponta para furtos de oportunidade, e não, planejados. Os dados divulgados pelo delegado também chamam a atenção pelo fato de que, dos 40 casos investigados, apenas quatro celulares permaneciam em Juiz de Fora. Muitos foram localizados pelas operadoras de telefonia ativados em outros estados, como São Paulo, Goiás e Ceará.
“A prioridade é devolver o patrimônio à vítima. Outra parte da continuidade investigativa é saber quem está atuando na mercância desses objetos e a questão da logística do crime, se é intencional vender esses celulares furtados fora de Minas”, observa Rolli. Segundo ele, o primeiro passo da apuração é repassar o Imei às operadoras de telefonia móvel, por meio de ofício, para que elas informem se aquele aparelho furtado foi recadastrado. “Com isso, descubro o nome e endereço da pessoa que está usando.”
Ainda conforme o delegado, se o telefone estiver em Juiz de Fora, o usuário identificado é intimado a comparecer à delegacia para devolver o celular, para não responder pelo crime de receptação. “Cerca de 90% das pessoas compram o telefone usado de boa-fé”, pondera, acrescentando que, caso não colabore, pode responder pelo delito. Se o equipamento estiver sendo utilizado em outra cidade ou estado, a respectiva Polícia Civil é acionada para fazer o processo de recuperação.
Para quem pretende comprar celular seminovo – e não quer ter prejuízo futuro -, Rolli orienta sempre adquirir em lojas ou de vendedores confiáveis, sabendo a procedência. Outra dica é desconfiar de preços muito vantajosos, bem abaixo do mercado. “A discrepância entre os valores indica que o objeto pode ser ilícito.” O delegado acredita que investigações como essas podem causar impacto no mercado paralelo de telefones móveis. “Quem vai querer comprar um aparelho sabendo que o investigador pode bater à porta e pegá-lo de volta? O barato, literalmente, pode sair caro.”
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