Inquérito aponta incêndio criminoso após briga familiar em Juiz de Fora

Vítima permanece hospitalizada quase dois meses após incêndio


Por Mariana Souza*

07/08/2025 às 12h26

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Adolescente relatou que conflitos anteriores levaram ao incêndio criminoso investigado pela Polícia Civil (Foto: Divulgação CBMMG)

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu o inquérito sobre o incêndio ocorrido no dia 19 de junho, na Avenida Juiz de Fora, no Bairro Granjas Betânia, na Zona Nordeste de Juiz de Fora. A ação foi considerada criminosa, segundo o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Roli.

O incêndio teria acontecido durante o período da tarde e atingido o segundo pavimento de uma residência onde viviam duas mulheres e uma adolescente de 16 anos. O Corpo de Bombeiros (CBMMG) foi acionado para conter as chamas. A proprietária do imóvel conseguiu retirar as duas mulheres do local; a adolescente não estava presente no momento da ocorrência.

As duas vítimas foram encaminhadas ao hospital com queimaduras. Uma delas permanece internada, o que dificultou sua oitiva por parte da autoridade policial.

Apesar disso, o delegado afirmou ter conseguido confirmar a suspeita inicial levantada pela adolescente no dia do fato.

De acordo com os bombeiros, durante o atendimento, a jovem relatou que o incêndio teria sido proposital. Segundo ela, a companheira de sua mãe teria ateado fogo na casa após um desentendimento entre ambas. A adolescente afirmou ainda que episódios semelhantes já teriam ocorrido anteriormente.

O delegado explicou que inconsistências na versão apresentada pela suspeita contribuíram para a confirmação da suspeita. “A autora alegou que estava cozinhando feijão em um fogareiro portátil com álcool, quando o líquido se espalhou, provocando o incêndio e atingindo a vítima. No entanto, a adolescente relatou que as brigas entre o casal eram frequentes e que, naquele dia, houve uma discussão cerca de cinco a dez minutos antes do fogo. A testemunha disse também que se retirou do local logo após a briga, não presenciando o início do incêndio, apenas a troca intensa de agressões verbais momentos antes.”

O delegado acrescentou que, “apesar da versão da autora, a proprietária do imóvel e o Corpo de Bombeiros informaram que havia dois botijões de gás cheios na residência, além de um fogão. Também foi constatado que o feijão já estava cozido, o que contraria a alegação de que ela o estaria preparando no momento do incêndio. Dessa forma, a versão apresentada não se sustenta.”

Na madrugada desta quinta-feira (7 ), a vítima foi transferida do HPS para uma unidade hospitalar em Caratinga. Por motivos de segurança, não foram divulgadas mais informações. Seu estado de saúde é considerado estável.

*Estagiária sob a supervisão do editor Bruno Kaehler

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