Especialistas recomendam cuidados para a prevenção de doenças respiratórias

Esquema vacinal em dia é primordial para evitar casos graves das síndromes; população também deve deve manter cuidados básicos de higiene para evitar propagação de vírus


Por Davi Carlos Acácio

09/04/2023 às 07h00

A chegada do período sazonal do outono e do inverno não traz somente a volta do frio. A época também é responsável por provocar o aumento de doenças respiratórias na população, principalmente em crianças. Isso porque o tempo frio e baixa umidade do ar é a combinação perfeita para a proliferação de doenças respiratórias e alergias. Consequência disso é o aumento da busca por atendimento médico em consultórios e emergências.

A Secretaria de Saúde de Minas GeraiMEDIDAs (SES-MG) afirma que já adotou uma série de medidas para preparar a rede assistencial do estado. As principais, de acordo com a pasta estadual, estão concentradas no aumento de repasses para as UPAs e no número de leitos pediátricos. Já a Prefeitura de Juiz de Fora orientou que crianças com casos leves de síndromes respiratórias sejam encaminhadas para o Departamento de Saúde da Mulher, Gestante, Criança e do Adolescente, como forma de não sobrecarregar unidades de pronto atendimento. Além disso, o horário de funcionamento do local foi estendido até às 20h.

Apesar disso, medidas preventivas por parte da população também são essenciais para prevenir as doenças e, consequentemente, desafogar o sistema de saúde, conforme alertam especialistas em saúde. Para prevenir as principais síndromes respiratórias que aparecem durante este período – gripe, resfriado, amigdalite, sinusite, faringite, laringite, otite e pneumonia – as providências são basicamente as mesmas adotadas para a prevenção da Covid-19, conforme explica médica otorrinolaringologista Kênia Assis Chaves. “Evitar locais com aglomeração de pessoas e, se não for possível evitar esses locais, usar máscara, lavar sempre as mãos ou higienizar com álcool 70%, não dividir objetos pessoas como copos, talheres, toalhas de rosto. Quando tossir ou espirrar, cobrir boca e nariz e depois lavar as mãos.”

Doenças alérgicas como bronquite, asma e rinite também costumam atacar neste período. Entretanto, conforme lembra a médica, apenas quem já possui componente predisposição genética pode desenvolver essas doenças no período. Os principais meios de prevenção para a população que sofre com essas alergias são evitar a exposição a fatores alérgicos, manter a casa sempre arejada e não fumar ou não ficar próximo de quem fuma, indica Kênia Chaves.

vacina influenza fernando priamo arquivo tm
Vacinação contra a gripe e contra a Covid-19 são medidas importantes, destacadas pelas especialistas, para evitar formas graves das síndromes respiratórias; imunizantes estão disponíveis em JF para público-alvo (Foto: Fernando Priamo/Arquivo TM)

Crianças são as que mais sofrem no período

Por ainda não terem o sistema imunológico totalmente fortalecido, as crianças costumam ser a parcela da população que mais sofre durante esta época do ano. De acordo com informações da SES-MG, cerca de 13 mil internações de menores de 1 ano de idade, provocadas por síndromes respiratórias, foram registradas no ano passado no estado. Outras 19.793 pessoas internadas no período tinham entre 1 a 4 anos, revelam os dados do Sistema de Informações Hospitalares dos SUS.

Como forma de prevenção, a médica pediatra Márcia Mizrahy, indica que as mães mantenham o aleitamento materno exclusivo aos bebês até os 6 meses e tentem fazê-lo, se possível, até os dois anos de idade dos pequenos. Além disso, a médica recomenda alimentação saudável, hidratação e que as crianças façam atividades ao ar livre. “Mesmo no frio as crianças precisam seguir essas recomendações. É importante também manter as casas arejadas, apesar da tendência de fechar tudo por conta do frio. Casa fechada é prejudicial porque os vírus ficam circulando no ambiente”, ressalta.

“Em caso da permanência de sintomas comuns a resfriados por muito tempo, como a criança muito cansada, febre alta e manutenção dos sintomas por 48 horas ou mais, é necessário que os pais levem os pequenos na urgência para que sejam avaliados”, orienta a pediatra.

Vacinação em dia é necessária contra síndromes

Cada um fazer a sua parte no que diz respeito à prevenção das doenças é essencial, indicam as especialistas. Dentro desses deveres importantes, uma medida imprescindível para evitar a sobrecarga do sistema de saúde é manter em dia a vacinação, que previne os casos graves das doenças.

Em Juiz de Fora, a vacina contra a gripe começou a ser aplicada na última segunda-feira (3). O público-alvo desta primeira etapa da imunização contempla crianças de seis meses a menores de seis anos, pessoas com mais de 60 anos, gestantes e puérperas (até 45 dias pós-parto), trabalhadores da área da saúde a partir de 18 anos e professores.

Outro esquema vacinal que não pode ser esquecido, conforme as especialistas, é o contra a Covid-19. Em Juiz de Fora, de acordo com dados divulgados pela Superintendência Regional de Saúde de Juiz de Fora (SRS-JF), o número de doses aplicadas da vacina bivalente está abaixo do esperado, considerando o público autorizado a receber o imunizante.

“A vacina bivalente engloba as novas cepas do vírus da Covid, por isso é importante ficar atento aos informes da Secretaria de Saúde de Juiz de Fora e tomar essa nova vacina assim que liberado para sua faixa etária”, ressalta Kênia Assis Chaves.

Calendário vacinal infantil

Também é importante que pais e responsáveis estejam atentos ao calendário vacinal dos pequenos. Na rede de saúde, há vacinas disponíveis contra agentes causadores de infecções respiratórias. A vacina pneumocócica é uma delas e protege contra doenças graves causadas pela bactéria pneumococo, como pneumonias, meningites e outras. “A pneumocócica 10 é oferecida pela rede pública, mas, quem puder, pode tomar a pneumocócica 13, que está na rede privada. O calendário de vacinação completo de bebês até 6 meses de idade também é um fator primordial para evitar o desenvolvimento de casos graves”, orienta Márcia Mizrahy.

A maioria das vacinas está disponível na rede pública. “Precisamos manter a vacinação em dia e perder o medo da vacina, a ciência mais que provou que a vacina é segura, evita formas graves. Pessoas não vacinadas têm risco de desenvolver formas graves da doença”, completa a pediatra sobre a importância da vacinação.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.