JF tem aumento no número de casos de síndromes respiratórias agudas
Crescimento levou Prefeitura a reforçar orientação para que população leve crianças e adolescentes com sintomas leves para atendimento em UBSs e no Departamento de Saúde da Criança e do Adolescente

O aumento do número de casos de síndromes respiratórias agudas em Juiz de Fora fez com que a Prefeitura (PJF) reforçasse a orientação para que a população siga a rede de prioridade do serviço pediátrico na cidade. Desta forma, os casos leves devem ser atendidos nas Unidades de Saúde Básica (UBSs) dos bairros e, no caso das áreas descobertas, as crianças devem ser levadas para atendimento no Departamento de Saúde da Mulher, Gestante, Criança e do Adolescente (DSMGCA), localizado na Rua São Sebastião 772/776, Centro. O encaminhamento para UPAs e para o Pronto Atendimento Infantil (PAI) deve ser feito apenas mediante o aumento da gravidade dos sintomas, alertou a Secretaria de Saúde. A Tribuna questionou a PJF sobre números referentes aos casos de síndromes respiratórias, mas a Administração não disponibilizou dados.
Os problemas respiratórios, típicos dessa época do ano, também têm deixado a Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) em alerta. De acordo com nota publicada pela pasta, já foram adotadas algumas medidas preventivas no estado, entre elas, o aumento dos repasses financeiros para as UPAS e maior disponibilização de leitos pediátricos. Já em Juiz de Fora, a expectativa é de que, ainda em abril, um novo PAI seja inaugurado na cidade.
Conforme o Estado, as crianças são um dos grupos mais afetados por doenças respiratórias. Os dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS, disponibilizados pela SES, mostram que, somente em 2022, 13.319 pessoas internadas por conta deste tipo de doença eram menores de 1 ano, e 19.793 eram crianças de 1 a 4 anos, revela os dados do Sistema de Informações Hospitalares dos SUS.
Para explicar as possíveis causas do aumento do número de casos de doenças respiratórias, a Tribuna conversou com o pediatra Antônio Aguiar. De acordo com ele, em um primeiro momento, a mudança brusca de temperatura, com a saída de um período de calor e para o início do frio, pode desencadear processos alérgicos. O ambiente passa a favorecer o surgimento e a disseminação de vírus, principalmente quando se fala de crianças.
As salas de aula, são por natureza, um ambiente mais fechado, e as crianças também são aquele público que costuma ter maior contato físico com outras. Além disso, a falta de umidade do ar faz com que se tenha uma concentração mais densa tanto de vírus como de poluentes, que ficam em suspensão.
Sintomas e prevenção
O médico alerta que há vírus que, apesar de serem adquiridos por vias respiratórias, causam sintomas digestivos. É o caso das enteroviroses, como a gastroenterite, que podem causar vômito e diarreia. “As crianças passam a ser mais afetadas pela falta de anticorpos, já que não possuem ainda um sistema imunológico que reconheça esses vírus”, explica Antônio Aguiar.
Resfriados comuns também impactam as crianças, que ficam com quadro de nariz entupido, coriza e até febre baixa. Porém, viroses mais sérias também incidem mais nesse período do ano, tais como as causadas por Influenza, infecções bacterianas, e a Covid, que, segundo o médico, “veio para ficar”.
Um dos caminhos encontrados para prevenir esse tipo de doença, no caso dos bebês, é o aleitamento materno. Por meio da transferência de anticorpos da mãe para o filho, a criança passa a ser imunizada. Para outros públicos, ambientes arejados e com ventilação também são uma boa alternativa.
O pediatra também chama atenção para a importância de manter o cartão de vacinação em dia e destaca a importância de a sociedade voltar a respeitar e acreditar nesse método. “Três elementos mudaram a história da civilização e permitiram sua continuidade: saneamento básico, vacina e antibióticos”, conclui.
Vacinação contra Covid e Influenza
Também em publicação do Estado, o secretário de saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, fez questão de enfatizar que a Covid-19 faz parte do grupo de doenças respiratórias. “Embora a vacina siga disponível para as crianças e demais públicos elegíveis, as coberturas vacinais registradas no público infantil ainda estão abaixo do esperado”, alerta o médico.
O vacinômetro pediátrico da SES-MG do último dia 11 registrava que a cobertura estava em 51,24% para a primeira dose e em 37,47% para a segunda dose em Minas. Já a vacina contra Influenza segue sem data certa para ser aplicada nas crianças.
Em contato com a Secretaria de Saúde do Município, a pasta afirmou que segue a campanha nacional, prevista para acontecer em abril. Já com relação à vacinação contra Covid, o público que iria ser vacinado contra Covid-19 no Departamento de Saúde da Mulher, Gestante, Criança e do Adolescente (crianças de 6 meses até os jovens menores de 18 anos e gestantes e puérperas com 45 dias após o parto), passará a receber o imunizante no Centro de Vigilância em Saúde, localizado na Rua Antônio Martins 92, no Morro da Glória, das 8h ao meio-dia e das 13h às 16h.